Tema recorrente durante a última eleição, o assunto “religião” causou danos lamentáveis ao progresso social no país, quando sob o risco de perder votos, a atual presidente Dilma Roussef foi “obrigada” a mudar seu posicionamento sobre o aborto. A questão que era (e provavelmente ainda o é) encarada por ela como “questão de saúde pública”, foi deturpada, para agradar facções fundamentalistas e outros grupos religiosos influentes.
Já no início de seu mandato, a presidenta teria mandado retirar bíblia e crucifixo de seu gabinete, o qual teve que justificar posteriormente – o crucifixo era um presente recebido por Lula e por isso pertencente è este, e a bíblia não foi, de fato, retirada. De qualquer modo, o debate que tais eventos causam é relevante. Mas a questão é complexa.
Faz parte da cultura brasileira dispor símbolos cristãos em repartições públicas, como cruzes e bíblias. O nome de Deus é invocado em sessões plenárias pelo país afora. Entretanto, esses atos, aparentemente inocentes, privam outros credos, como os ateus, agnósticos, cristãos protestantes; de uma representatividade universal. O estado deve ser laico pois governa para todos, e a lei é baseada em um critério ideológico sim, mas se pressupõem democrática e até onde possível, científica.
Por essa razão, é preciso que nossa população seja educada para compreender a importância de um estado verdadeiramente laico, onde exista mais que tolerância, mas real compreensão das diferentes visões, e que os direitos básicos do ser humano sejam respeitados. Há suficientes exemplos de teocracias mundo afora para demonstrar o terror que o mal uso do nome de Deus pode causar na esfera mundana.