A Lava Jato não tem fim

17 de Março de 2017
Jornal O Liberal

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Confirma-se, na atualidade, o que uma corrente diz há tempos quanto à qualidade dos políticos brasileiros, sendo sempre contestada por outra a dizer que uma minoria deles seria responsável por passar, ao público, a falsa impressão de que todos seriam desonestos; que os desonestos seriam raras exceções. Não se pode dizer que são todos, pois, corre-se o risco de confundir poucos cordeiros com os porcos. Mas, a exceção que estaria por conta dos desonestos, constata-se ser relativa aos honestos. Surgida sem maiores pretensões, em 2014, a partir de investigação anterior, feita em 2009, a operação Lava Jato já descobriu coisas escabrosas, que o comum dos mortais nem ousa imaginar, a envolver pessoas então consideradas impolutas, dignas do maior respeito. Conforme parte do público já desconfiava tudo era uma questão de aparência arranjada, assim como bela fachada pode esconder o pardieiro que é o restante da casa. A verdade é que o Brasil caiu nas mãos de loucos, não de jogar pedras e queimar dinheiro, porém de levar o Estado à bancarrota, não pagar servidores, deixar milhares de pessoas sem como cumprir seus compromissos, incluindo-se os impostos. Converter em joias e obras de arte o que seria para custeio da saúde e educação - verdadeiras joias para a vida do cidadão - é o mais requintado golpe de político, sem escrúpulos, comparado ao mais reles ladrão. Aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional, um qualificado como réu e outro a responder processos, sucederam-se dois, no mínimo, suspeitos de participação no maior esquema de "maracutaias", jamais visto ou ouvido falar. De ex-ministro a cumprir pena por corrupção descobre-se ser partícipe de outra frente de crimes. Essas são apenas algumas das revelações feitas até agora; e o que está para ser descoberto e revelado pode ser pior. A história da operação Lava Jato pode ser entendida mediante a seguinte alegoria. No princípio era só uma corda, o produto do roubo, mas logo em seguida constatou-se estar ela ligada a um cabresto, mas não era só isso. O cabresto prendia um burro, que conduzia valiosa carga. Quando os investigadores festejavam o feito, ou seja, a recuperação de um burro e respectiva carga, roubados, viram que sua cauda estava amarrada a outra corda, mais um cabresto e outro burro e sua carga, também valiosa. Daí foi fácil descobrir que o segundo burro puxava o terceiro e este, o quarto, e este, o quinto, e o sexto, enfim uma extensa tropa em fila indiana, cujo término não se sabe quando será alcançado. Este é o Brasil herdado como rico e generoso, qualidades que realmente tem, porém desviadas do povo para os donos do poder corrompido.

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