A política, o dinheiro e o poder público

28 de Abril de 2016
João de Carvalho

João de Carvalho

DIZEM QUE Alexandre, o grande, da Macedônia, perto de morrer, fez três pedidos aos seus ministros: 1 – Que seu caixão fosse carregado pelos melhores médicos da época, para mostrar que eles não tinham poder nenhum sobre a morte. 2 – Que os tesouros que tinha fossem espalhados pelos caminhos até seu túmulo, para que todos pudessem ver que os bens materiais, aqui conquistados, aqui ficam. 3 – Que suas mãos fossem fora do caixão e à vista de todos, para que as pessoas pudessem ver que viemos a este mundo com as mãos vazias, e de mãos vazias voltaremos.

O BRASIL vive uma de suas piores e mais conturbadas fases político-administrativas de sua história, desde sua descoberta, em 1500. Esta situação não surgiu por acaso. Não é fruto de uma geração espontânea de causas naturais. É, na verdade, consequência da falta de atitudes, de comando, de atuação consciente, correta e decidida para o bem comum, por parte de alguns gestores e legisladores. Isto nas esferas federal, estadual e municipal. Não há como fugir da raia. A ação de muitos administradores e legisladores (Executivo e Legislativo) não corresponde às propostas por eles anunciadas e defendidas nas campanhas eleitorais. O bem comum, que é a finalidade principal e mais importante da gestão pública, é esquecido e marginalizado durante o exercício do poder. A busca do interesse pessoal, quase sempre de forma escusa e criminosa, se sobrepõe às entusiásticas promessas de campanhas eleitorais. Hoje, no Brasil estamos vivendo as piores e mais desastradas consequências das administrações públicas em todos os níveis. O povo está sofrendo as consequências sob todos os aspectos de sua vida em sociedade. A corrupção, cupim da República, com honrosas exceções, parece ter sido a finalidade, a fórmula mais adequada e escolhida, especialmente, pelos componentes mais notáveis, importantes e nobres da Nação. O roubo e a apropriação indébita foram praticados abertamente pelos figurões da alta política pactuada com administradores e proprietários de grandes empresas. Aí, está a imagem agonizante da maior empresa brasileira, que é a Petrobras, vítima dos usurpadores de seu grande capital monetário. Urge dar um basta definitivo nesta situação vergonhosa, continuando a punir exemplarmente os falsos astros desta tragédia administrativa nacional. O povo, especialmente os componentes das classes mais humildes e pobres, está sofrendo todas as consequências criadas pelos que abusam do poder, nas suas formas mais diversas de depredação do dinheiro público, fruto de escorchantes impostos. ENFIM, o pronunciamento dos nossos legítimos representantes, no ato da votação do impeachment, via mídia televisiva, carreava sua finalidade para homenagear familiares, quando deveria ser endereçada para seus eleitores, aos quais estavam prestando conta de sua ação parlamentar, votando, já no ocaso de sua atual legislatura. Outubro está chegando e a eleição exigirá de cada eleitor, melhor e mais apurada escolha de nossos legítimos representantes às assembleias executivas e legislativas, em seus respectivos níveis de atuação nacional. A mudança para melhorar. As boas escolhas são sempre sinal de novos e melhores tempos. Lembrem-se da lição de Alexandre, o Grande!

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook