A vez do consumidor de energia

02 de Junho de 2017
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Diz a sabedoria popular que a necessidade faz o sapo pular! Se faz o sapo pular, faz o ser humano se virar! E é o que acontece agora, depois de algumas crises de energia decorrentes da irresponsabilidade de governos, preços altos e ainda sobretaxados. Consumidores partem para solução individual, felizmente já possível graças aos avanços tecnológicos. Ao invés da dependência exclusiva da rede pública, pode o consumidor gerar parte ou toda a energia de que necessita em sua residência, comércio ou indústria.

Aplicável desde há cerca de trinta anos, a energia fotovoltaica se mostra como alternativa, ou mesmo solução em regiões remotas, para atendimento às necessidades de eletricidade no Brasil. A energia fotovoltaica é eletricidade produzida a partir da luz do sol. Quanto maior a radiação solar, maior a quantidade de eletricidade a ser produzida. Curioso é que, ao contrário do que se pode supor, mesmo em dias nublados ou chuvosos, a energia pode ser produzida. Explica-se isso pelo fato de a energia fotovoltaica ser produzida a partir da luz e não do calor. No caso do aquecedor solar, para água, sua utilidade vai a zero em dias chuvosos, pois não há calor suficiente. A geração de energia fotovoltaica se faz por meio de tecnologia limpa e sustentável, uma vez que se baseia em fonte renovável e abundante, ou seja, a luz do sol. Dela não resulta poluição e, à exceção das noites, o sol está sempre disponível, ainda que em potencial mínimo em dias de chuva.

Também nesse aspecto, o Brasil é privilegiado, contando com potencial gigantesco em termos de irradiação solar, que deixa para trás toda a Europa. Entretanto, a potência da energia fotovoltaica instalada no Brasil é pouco mais de 1% em relação à instalada no velho continente. Por aí se vê o quanto o Brasil ainda tem a explorar da energia solar para produzir a eletricidade de que necessita. Considerada a crescente necessidade de energia e a redução do potencial hidráulico, por razões diversas, incluindo-se os questionáveis alagamentos de terras e deslocamento de populações inteiras, a exploração da energia solar para esse fim deveria merecer mais atenção do governo. Em lugar dos bilhões de reais direcionados – boa parte desviada via corrupção - para projetos megalomaníacos, incentivo e apoio governamental seriam bem vindos, para aliviar a pressão por mais energia, em razão direta do desenvolvimento socioeconômico.

Copiam-se muitas ideias, válidas e de utilidade em outras regiões do mundo, porém grandes bobagens diante da realidade tupiniquim, deixando de lado o que é, universalmente, válido, a qualquer tempo. Diante desse comportamento anômalo anulam-se condições privilegiadas. O oportuno e favorável é deixado de lado, para se abraçar o incompatível! Mesmo assim, tendo toda uma cultura política de refreamento do desenvolvimento, o país avança na geração da energia fotovoltaica, e, quem quiser conhecer ou ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, o Portal Solar - http://www.portalsolar.com.br/ - está aí para esclarecer e até fornecer orçamento para projetos sugeridos. Aqui e ali já se veem instalações da nova modalidade de geração de energia, assinaladas mediante placa amarela com os seguintes dizeres: “cuidado – risco de choque elétrico – geração própria”.

O investimento, ainda considerado alto, tende a cair à medida que a produção dos painéis se ampliar em razão de maior procura, mas já vale a pena para quem consome muita energia, em razão da redução da conta de luz, acrescida da possibilidade de receber créditos pela produção em excesso, que é repassada à rede pública. Quem se lembra do racionamento de energia e dos apagões encontra, na modalidade fotovoltaica, uma forma de contribuir para a superação do problema, no plano coletivo, e para a redução da conta de luz, no plano individual.

Na oportunidade é interessante observar como o avanço do conhecimento e da tecnologia tem contribuído para algumas soluções, em que o indivíduo é o ponto chave. O rádio e a televisão revolucionaram a comunicação de massa, enquanto o telefone, na comunicação pessoa a pessoa, mantinha-se dependente das condições socioeconômicas do usuário, enfim, um objeto de desejo dos ricos. Por muitos anos, assim foi. Veio a internet e, quase ao mesmo tempo, o celular; a web a ampliar a comunicação de massa e a contemplar também o contato pessoa a pessoa, de forma instantânea, enquanto o celular a, praticamente, colocar em contato pessoal a população de todo o planeta. A comunicação telefônica deixou de ser aquela coisa cara e, por isso, restrita a poucos e a certas circunstâncias, demorada e dependente de intermediária, a telefonista. No campo da energia, veio o aquecedor solar, para reduzir o peso do chuveiro elétrico na conta de luz, além de contribuir para a queda de demanda junto às geradoras de energia. A geração de energia fotovoltaica é a grande conquista a libertar o indivíduo do corporativismo energético! Só falta o dinheiro, que a corrupção levou!

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