Ainda existe esperança

19 de Março de 2015
Valdete Braga

Valdete Braga

Quando uma criança de três anos nos abraça e diz “eu te amo, tia”, percebemos que ainda existe esperança para o mundo. Crianças não sabem fingir. Gostam ou não gostam, querem ou não querem. Elas não nos abraçam por cortesia nem falam para agradar. Dizem o que sentem. “Eu te amo”, vindo da boca de uma criança, significa amor verdadeiro. Um abraço recebido por ela é fruto de um afeto sincero. As palavras e gestos andam tão banalizados, que quando vêem do coração, percebemos na hora. O som é diferente, o toque é diferente, a sinceridade exala de quem compartilha. Quando vem de uma criança, então... é bom demais!

Quantos “eu te amo” ouvimos pela vida afora? Quantos abraços recebemos? Neste mundo competitivo e materialista, o que não falta são pessoas que se abraçam e depois saem falando uma da outra. O tal “beijo de Judas” nunca esteve tão atuante em nossa sociedade. O que já vi de beijinhos trocados entre pessoas que se digladiam pelas costas... triste isto. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas não precisa fingir que gosta. Tratar o outro com respeito é obrigação do ser humano, gostando dele ou não. Respeito e boa convivência são fundamentais. Hipocrisia não.

Não é preciso ser grosseiro nem indelicado com ninguém, mas um cumprimento formal e educado é suficiente, se a pessoa não simpatiza com a outra. Já vi gente se abraçando como melhores amigos e depois falarem horrores um do outro. Não há necessidade disto. É tão gostoso dar e receber um carinho sincero! Abraçar alguém de quem gostamos, com quem nos sentimos bem... uma das melhores sensações da vida é quando nos encontramos com uma pessoa de quem gostamos e recebemos um abraço dela. Ninguém deveria violentar essa sensação.

Mas como Deus é perfeito, quando ficamos meio desanimados com o ser humano, aparece uma criança, corre para o nosso colo, nos abraça com aqueles bracinhos minúsculos e nos diz “eu te amo”. Aí o ânimo volta, como por encanto. E com ele, a crença de que existe esperança para a humanidade.

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