Sou muito burra

26 de Março de 2015

Valdete Braga

Esta semana sofri uma frustração. Descobri que sou burra, e muito! Assistindo e lendo sobre as manifestações dos dias 13 e 15, não podia chegar à outra conclusão. Não entendi nada. Todo mundo está tão certo! Cada texto, cada palavra, cada frase de cada um vem carregados de tanta certeza, tanta “verdade”, que a gente que não é “politizada”, nem “entendida”, fica perdida diante de tanto verbo!

O que vi foram dois grupos opostos, ambos radicais e extremistas, um não aceitando a posição do outro e cada um se achando o bom geral. Os comentários se resumiram, aliás, se resumem até hoje, e se não houver uma mudança de mentalidade vão continuar indefinidamente, em xingamentos, ofensas, rótulos e apelidos ofensivos. Um grupo de um lado e outro do outro. País? Povo? Democracia? Ora, isso fica em segundo plano, o mais importante é provar que eu estou certo e você está errado.

Realmente, eu sou burra demais! Não saio por aí gritando palavras de ordem, nem ofendendo quem não é do meu partido político. Não vou para as redes sociais chamar ninguém de corrupto ou ladrão. Não sigo cegamente, sem questionar, nenhum “mentor”. Nossa, acabo de me lembrar que não sou filiada a nenhum partido político. Além de burra, alienada!

O país está parecendo uma panela de pressão, e os “politizados”, “democráticos”, etc, preocupados em bater boca para provar que estão certos. Uma falação sem fim, televisiva e virtual, mas nada de concreto. Enquanto não colocarmos na cabeça de uma vez por todas que radicalismo não leva a nada, não chegaremos a lugar nenhum. Enquanto prevalecer o fanatismo, tanto de direita, quanto de esquerda, podem ser feitas manifestações todos os dias, que a situação não mudará.

Pouco me importa os nomes das siglas, prefiro ouvir, estudar, analisar e avaliar as idéias, independente de onde elas vêem. Não ligo de onde vem a corrupção, só acho que deve ser combatida. Não questiono quem roubou, só acho que roubo é crime. Quanta burrice de minha parte!