Ainda não vieram as flores

04 de Março de 2014
Jornal O Liberal

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A princípio muito mistério no espaço que separa o chafariz do cruzeiro de pedra, o primeiro, herança do antigo sistema de distribuição pública de água ao povo, e o segundo lembrança dos primórdios de Cachoeira do Campo. O chafariz, aposentado de sua função de saciar a sede de uns e outros, entre humanos e os ditos irracionais; e o cruzeiro, seriamente “machucado” por baderneiro em hora de lazer, a ostentar “curativo” fajuto, enquanto se espera que alguém o quebre de vez. Marcações em volta do espaço suscitaram ilações entre passantes, cada um mais de acordo com sua visão, até que chegaram operários e se puseram a extrair o calçamento feito de blocos hexagonais. Em substituição àqueles, ali assentados desde quando se fez o calçamento, só poderia ser algo mais simpático e a humanizar a praça; árvores ou flores. Árvores? Não, porque raízes derrubam construções, o que não se quer para os dois monumentos históricos. Flores? Sim, o jardim seria bem vindo. E foi com esse propósito que a maioria passou a considerar aquela intervenção, esperando que ela se repetisse em outros pontos, onde o mato cresce com gosto, sob proteção do descaso da administração pública. O mistério se prolongou além do normal, com a obra em ritmo de tartaruga, para desaguar em frustração geral, antes que viesse o carnaval. Flores? Que nada! Mais pedra! Apenas trocaram seis por meia dúzia. Fala sério, cara pálida?

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