Da Venezuela vem o grito pela liberdade

22 de Fevereiro de 2014
Jornal O Liberal

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Os conflitos que ganham as ruas de nosso vizinho, também lar de hermanos, a Venezuela, revelam o perigo que o autoritarismo, aliado à corrupção, trazem para uma nação. Entretanto, alguns esclarecimentos se fazem necessários: comparar o povo venezuelano, reprimido pelo estado, com o Black Bloc, igualmente reprimido, é absurdo! O povo venezuelano saiu às ruas, em sua maioria, de modo ordeiro. Assim o fez a maior parte do povo brasileiro em 2013, ou mesmo durante a deposição democrática de Collor mais de 20 anos atrás, e esse povo brasileiro NÃO É, em absoluto, representado por ou comparável ao Black Bloc (esse sim, reprimido e merecedor de repressão). O Black Bloc, desde seu início, tinha como objetivo o vandalismo, a depredação, revelando sua vocação para-militarista, de militância de guerrilha, de vândalos das propriedades públicas e privadas. Assim, setores da mídia, do poder público e da sociedade civil que comparam a repressão realizada pelo estado venezuelano com aquela realizada pelo estado brasileiro, e veem incoerência na rejeição da primeira e aceitação da segunda, precisam eles sim, reavaliar seus critérios. Dito isso, coerente também, mas apenas em seu ânimo repressor, é o PT, que apoia o absurdo conduzido por Maduro, herdeiro de um governante golpista (Chávez tentou golpe de estado em 1992, ainda que eleito democraticamente nos anos 2000) que agora governa com o autoritarismo equiparável ao do governo militar de 1964, e a sabedoria econômica de um José Sarney, abrindo fogo contra sua população e a matando de fome (no melhor estilo estalinista). E tem quem tenha a coragem de chamar mais da metade da população de um povo colocado contra a parede, que demonstrou claramente sua insatisfação na última eleição (sob pesadas suspeitas de fraude) depois dos quase 50% de votos computados oficialmente para Capriles, de fascista e golpista? Esqueceram que regimes podem ser eleitos democraticamente, mas igualmente, pela via do protesto pacífico, também podem ser derrubados, democraticamente!? E que é função do legislativo ou o que o valha ouvir o clamor da maioria, que em seu sofrimento atesta a absoluta incompetência do atual governo venezuelano? Ou chegaremos ao ponto em que se admite todo o povo de um país como “fascista”, e apenas sua elite como “democrática”?

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