Bom Exemplo

17 de Dezembro de 2015
Valdete Braga

Valdete Braga

No dia 20 de outubro, foi divulgada pela mídia a comoção que tomou conta da cidade de Nova Iorque, durante homenagem prestada a um policial, assassinado durante um assalto. Segundo a matéria, milhares de pessoas, entre elas líderes políticos e comunitários, se reuniram na porta de uma catedral, em solidariedade à família. O assassino está preso. Palavras do prefeito de Nova Iorque: "Tem de haver mudanças em nosso país para manter as armas longe das mãos dos criminosos".

Por aqui, infelizmente, o processo é inverso. Ainda existe a mentalidade errônea de que o bandido é a vítima. Não duvido que o mesmo caso, se ocorrido em nosso país, acarretaria na conhecida frase “culpa da sociedade”. O indivíduo pega uma arma, assalta trabalhadores, mata o policial que foi chamado para defender estes trabalhadores, e ele é que é a vítima?

Acredito na capacidade de mudança do ser humano. Acredito na reabilitação. Concordo também que nosso sistema carcerário é falho e precisa melhorar muito. Mas daí a transformar o marginal em coitadinho, há uma distância enorme. Justificar atrocidades, julgando a culpa na sociedade, é inocência, burrice ou má fé. Vítima da sociedade é o pai de família que vê seu minguado salário engolido por impostos sem retorno nenhum. Vítima da sociedade são mulheres assassinadas por companheiros que ficam impunes, são crianças aliciadas pelo tráfico, cidadãos reprimidos em seus direitos a cada dia.

Todos merecem uma segunda chance e nada justifica abusos, policiais ou de qualquer tipo. O ser humano precisa ser tratado com dignidade e não se questiona isso. O que eu questiono e questionarei sempre é esta inversão de valores que alguns tentam passar, de que o bandido é o mocinho e o mocinho é o vilão.

Este triste fato, acontecido em Nova Iorque, serve de exemplo. A população tomou o lado certo. O assassino foi preso e quem morreu é que é a vítima. Meu Deus, isso é óbvio demais! Como alguém pode não entender? Graças a Deus, tem melhorado bastante. As pessoas estão mais esclarecidas e muitos não caem mais nessa lorota de “culpa da sociedade”. Claro que cada caso é um caso. Existem, sim, pessoas que resvalam para a criminalidade por questões que merecem nossa atenção. O que não pode acontecer, e já está saturando a maioria, é esta demagogia em colocar todos no mesmo cesto, como se o cidadão de bem fosse responsável pelo ato do marginal.

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