Fazendo um paralelo

17 de Dezembro de 2015
Valdete Braga

Valdete Braga

Semana muito, muito, muito pesada. Para qualquer ponto que se olhe, a tragédia que ocorreu (que ainda ocorre) na região está presente. Não apenas nas conversas, mas no rosto das pessoas, na estupefação diante do ocorrido, na dificuldade em acreditar. Este acontecimento marcou para sempre a vida de todos nós, direta ou indiretamente envolvidos.

Paralelamente às notícias sobre esta tragédia, que tomaram conta da mídia nacional e internacional, e indo para a ficção, esta semana, mais precisamente na terça feira, assisti a uma das cenas mais emocionantes apresentadas em uma novela, há muitos anos. A Rede Record de Televisão apresentou a já anteriormente comentada cena da abertura do Mar Vermelho, para a travessia dos hebreus, na novela Os Dez Mandamentos.

Ainda que aparentemente uma coisa não tenha nada a ver com a outra, podemos fazer um paralelo: a imagem daquele povo acuado, assustado, desesperado diante das tropas egípcias que se aproximavam, olhando para o céu e ainda acreditando na salvação, quando todas as provas indicavam o contrário, foi lindo demais. Os efeitos especiais pareciam coisa de filme e não de novela e a interpretação dos atores foi magistral. Ficção para alguns, relato real para outros, independente da religião de cada um, naquelas cenas cuidadosamente preparadas, nas lágrimas (segundo notícias, alguns atores choraram de verdade) cenográficas, uma palavra sintetizava tudo: Fé!

É nesta palavra que quero chegar. Assim como nas cenas ficcionais (ou não) da novela, nesta nossa dura, difícil, triste realidade, também necessitamos muito de Fé. O desespero das famílias atingidas não difere muito do desespero daquele povo da TV. A diferença, e esta, sim, enorme, é que na TV são centenas de figurantes que, terminadas as gravações, voltam para a sua casa e o seu conforto. Aqui, na vida real e atual, as pessoas não têm para onde voltar. E aqui, na vida real e atual, todos precisamos ser um pouco Moisés (muitos estão sendo, é incrível o nível de solidariedade do nosso povo) para ajudar, misturando a nossa Fé à deles, a transformar o mar de lama desta destruição em um Mar Vermelho que se abra, vislumbrando o caminho para uma nova vida. Com certeza esta vida nunca mais será a mesma, mas com responsabilidades apuradas, recursos materiais recuperados, ajuda psicológica, solidariedade e Fé, estas pessoas conseguirão seguir em frente. E nós, aparentemente “de fora”, mas que na verdade estamos também sendo atingidos, devemos todos, a exemplo de muitos, arregaçarmos as mangas para a ajuda material, sem nos esquecermos das orações. E que Deus, sempre no comando de tudo, desde 3.000 anos antes de Cristo, quando protegeu o povo hebreu, também nos proteja em 2015.

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