BRASIL! SIL! SIL!

18 de Junho de 2014

Valdete Braga

Chegou a Copa. Confesso que fico assustada ao ler certas coisas. Tudo bem que estamos em ano eleitoral e que com os políticos que temos tudo é possível, mas daí a misturar as coisas como alguns estão fazendo, vai uma enorme diferença. Antes, lá atrás, quando ainda aconteciam as negociações, achava pertinente todas as idéias. Uns contra, outros a favor, e argumentos de ambos os lados. Concordo que há prioridades maiores. Concordo com o ex, atual, futuro e eterno discurso de que o país precisa investir em educação, saúde, etc, etc, etc. Triste realidade que não muda e se não muda é porque não aprendemos ainda a escolher nossos governantes. Lamentável isto. Lamentável o salário dos professores, a situação dos hospitais públicos, etc, etc, etc. Haja etc. neste assunto!

Mas a Copa chegou e será no Brasil. A seleção é nossa, o futebol é nosso (e eu nem tão chegada assim sou no esporte em si) mas o país é nosso, gente! O país somos nós. Torcer contra os nossos jogadores, contra a nossa seleção, contra o nosso país, não é protesto. Como já li em diversos lugares, com diversas palavras diferentes, os jogadores não são o governo, nem a seleção é a dona Dilma Rousself. Nós somos o país, e a seleção nos representa e não ao governo A, B ou C. Sempre respeitei os argumentos (coerentes) contra a realização da Copa no Brasil, neste momento. Da mesma forma respeitei os argumentos (também coerentes) favoráveis. Procurei sempre avaliar os dois lados e tirar a minha própria conclusão.

Mas isto agora não importa mais. Receber mal os turistas, vaiar jogadores, torcer contra, só vai comprometer a imagem do povo, ou seja, a nossa imagem. Se (que Deus não permita, e Ele não permitirá) acontecer uma tragédia, prejudicado não será o governo, mas inocentes. Será tão difícil entender isto? Será tão difícil compreender que radicalismo de esquerda ou de direita é a mesma coisa? Que um é tão nocivo quanto o outro? Uma amiga me disse: “não vou ver nenhum jogo. Estou tão cansada que vou dormir todos os dias”. Ok, direito dela. Ela não disse que vai sair gritando pela rua, nem jogando bombas em estágios, nem destratando turistas. Vai dormir e não ver os jogos, sem destratar ninguém e muito menos o seu país.

Entendo, embora não concorde, até aqueles que dizem que vão torcer para o Brasil perder. Não concordo nem acho certo, mas se ele torcer em sua casa, ou na casa de amigos, sem prejudicar ninguém, é uma escolha que temos de respeitar. O que definitivamente não dá para entender são expressões como “Copa do PT”, “Dilma trouxe a Copa”, seja como crítica ou elogio. Vamos separar as coisas. Torcer contra por um contexto, por não concordar com os motivos pelo Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa, ou outros argumentos que vemos por aí dá para entender, concordando ou não. Mas torcer contra a vitória do Brasil por causa da Presidente ou do Governo (ou o contrário, há quem torça para vencer pelo mesmo motivo) é meio difícil de engolir. Até porque, que eu saiba, dona Dilma não vai lá chutar a bola. Que tenhamos uma Copa de muita paz.