Breve história da Igreja Primitiva

21 de Outubro de 2016
Geraldo Gomes

Geraldo Gomes

Após a ascensão do Senhor Jesus Cristo, fato que aconteceu na cidade de Betânia, perto de Jerusalém e à vista de muitos de seus discípulos, os apóstolos começaram a fazer reuniões nesta Cidade Santa, juntamente com outros seguidores do Mestre. Reuniam-se com as portas fechadas nas casas dos irmãos, pois não existia ainda um lugar apropriado para estas reuniões. Os apóstolos dirigiam estas reuniões, portanto, nascia naquela oportunidade a verdadeira igreja cristã apostólica, pois era a igreja dirigida pelos apóstolos de Cristo. Esta igreja foi perseguida severamente pelas autoridades civis e religiosas da época, da mesma maneira que haviam perseguido Jesus a ponto de crucificá-lo. Envidaram estes perseguidores todos os esforços no sentido de impedir o avanço do Evangelho de Cristo, tornando muito árdua a missão dos primeiros pregadores dos ensinamentos de Cristo. Se o Evangelho de Cristo chegou aos dias hodiernos e continua crescendo, sendo espalhado por toda terra, algo de sobrenatural existe nesta empreitada.

Tudo o que tem acontecido com certeza é para se cumprir o que disse Jesus: Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão (Lc. 21:33).

Jesus, antes de subir ao céu, havia comissionado seus discípulos dizendo: “Ide, portanto e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt. 28:19-20). Disse mais: “todo aquele que crer e for batizado será salvo”. O batismo, segundo a lógica destas palavras do Senhor Jesus, deve acontecer depois que a pessoa crê no Evangelho e decide segui-lo, arrependendo-se dos seus pecados, confessando-os a Deus. Existe, pois, uma sequência neste aspecto da salvação: crer, arrepender, confessar e batizar.

O Espírito estava com a igreja e na igreja, fato comprovado no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo II, quando descreve os acontecimentos que tiveram lugar no dia de Pentecostes: a descida do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos em Jerusalém. Diz o texto que repentinamente veio do céu um som como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os capacitava (At. 2:1-4). O Espírito Santo muitas vezes na Bíblia aparece como fogo. Quando Deus convocou Moisés para livrar os descendentes de Abraão do cativeiro do Egito, Ele apareceu como chamas de fogo no meio da sarça ardente no monte Sinai. Diz o texto que Moisés viu chamas de fogo no meio de uma sarça, embora este arbusto não se consumia. Do meio da sarça Deus falou a Moisés (Ex. 3:2). Uma coluna de fogo guiava à noite o povo de Israel na caminhada no deserto, direcionando-o para Canaã, a terra prometida. Durante o dia numa coluna de nuvem e à noite numa de fogo. O Espírito Santo é Deus, é fogo purificador.

O dia de pentecostes ficou marcado como muito especial na vida da igreja nascente, pois, após aquela data houve um explosivo crescimento do número de conversões ao cristianismo. Sob o efeito do discurso de Pedro, três mil almas se renderam à nova fé e se batizaram, num só dia. Os apóstolos faziam muitos sinais e prodígios. Eram seguidos de perto em suas pregações por toda Jerusalém. Como crescia exponencialmente o número de seguidores, houve necessidade de se instituir o diaconato, para que os seus membros, homens reconhecidamente comprometidos com a pregação dos ensinamentos de Cristo auxiliassem os apóstolos nesta missão. Foram escolhidos Estévão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau.

Jerusalém foi sacudida com a pregação do Evangelho, a ponto de muitos sacerdotes obedecerem a fé. (At. 6:7).

Crescendo a Igreja, recrudesceu também a perseguição à mesma, de forma que houve muito sofrimento para quem abraçava a nova fé: a fé em Jesus e em seus ensinamentos sobre a ressurreição. Estévão cheio de fé e do Espírito Santo pregava eloquentemente e fazia prodígios em praça pública a ponto angariar grande ira dos perseguidores da igreja. Estes corromperam homens que disseram: “Temos ouvido este homem dizer blasfêmias contra Moisés e contra Deus”. A corrupção é sempre caracterizada pela mentira, roubo e injustiça, levando ao sofrimento os inocentes. Desta forma sublevaram o povo apresentando falsas testemunhas e julgaram Estévão digno de morte por apedrejamento. Assim, tornou-se Estévão o primeiro mártir da igreja.

À morte de Estévão seguiu-se grande perseguição aos irmãos, principalmente aos líderes, o que causou forte diáspora, indo muitos para regiões distantes de Jerusalém. Desta maneira a pregação do evangelho foi levada para regiões longínquas, as mais diversas. Onde havia um discípulo, os ensinamentos de Cristo eram anunciados. Mas, a perseguição à igreja não cessou. Um centurião chamado Saulo que esteve presente na morte de Estévão e consentia com este evento por ser cumpridor da lei e do judaísmo. Cheio de ira cavalgou vários dias com seus soldados em direção a Damasco, com o propósito de prender os líderes da igreja que para lá fugiram, e trazê-los manietados para Jerusalém. No entanto, ao chegar perto de Damasco, diz o texto sagrado que subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo ele por terra ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues?... Eu sou Jesus a quem tu persegues. Mas levanta e entra na cidade onde te dirão o que te convém fazer (At. 9:1-5).

Saulo, cujo nome foi mudado para Paulo, teve que cair do cavalo e ficar cego por alguns dias para entender quem era Jesus e colocar-se ao seu serviço. Daquele dia em diante foi o maior pregador de todos os tempos. Várias cartas do Novo Testamento saíram de seu punho. Tornou-se prisioneiro da causa do Evangelho e literalmente muitas vezes prisioneiro por causa do Evangelho. Empreendeu várias viagens missionárias e fundou muitas igrejas como as de Corinto, Éfeso e Tessalônica. Embora não tenha sido um dos apóstolos de Cristo, foi o pregador de mais produtividade na disseminação dos ensinamentos do Senhor Jesus, em todos os tempos. A sua conversão miraculosa transformou-o no arauto de Cristo para o resto da vida.

Morreu em Roma onde pregou até os últimos dias de sua existência. A Carta aos Romanos, Paulo a escreveu estando ali em cadeias pois foi trazido da Judeia como prisioneiro. Na direção do Espírito Santo a pregação dos primeiros cristãos prosperou e chegou aos nossos dias. Com certeza, para a pessoa de fé, isto é obra de Deus para salvação da humanidade. A fé é o ponto de partida para se chegar a esta conclusão e o meio de se conseguir a salvação, se consideramos o que Paulo escreveu aos Romanos: o justo viverá pela fé.

Certamente, a fé em Cristo Jesus, o único Mediador e único Salvador.

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