Cá, império da zoeira prospera

14 de Janeiro de 2014
Jornal O Liberal

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Além dos “jecas do asfalto”, que dominam as ruas com suas trenheiras ligadas ao máximo, a qualquer hora do dia e da noite, sobressaindo-se sons graves sobre agudos, de forma a chacoalhar vidraças, pontos fixos do barulho se instalam em diversos pontos do município de Ouro Preto. Se chacoalham vidraças, imagine-se o que podem causar ao organismo humano, a começar pelo sistema nervoso, depois da agressão aos ouvidos. Primeiro no Gouveia, em Santo Antônio do Leite, seguindo-se a localidade do Fundão, no distrito de Rodrigo Silva, onde chácaras abandonam o plantio da couve para explorar a zoeira à custa do sossego da vizinhança, agora, a reclamação vem da localidade de Coelhos, no distrito de Amarantina. Em Coelhos, a barulheira eletrônica tem origem em botequim que, pelo visto e ouvido, tenta expandir seus negócios à custa do sofrimento da vizinhança, que já apelou às autoridades, porém, sem obter retorno em ação contra o infrator. A inoperância oficial em relação a esses abusos é notória, salvando-se unicamente blá-blá-blá, pronunciamentos, reuniões, geradores de promessas vãs e propaganda enganosa. Teme-se por eventual tragédia, nos limites da paciência e tolerância de vítimas cansadas de esperar o que lhes é garantido por lei.

Lá, império da zoeira desaba

Enquanto o descaso impera no município de Ouro Preto com vítimas do barulho entregues à própria sorte, em São Paulo – capital, o governo municipal inicia o combate à zoeira, levada aos quatro cantos por veículos, sonorizados ao gosto e vontade de quem quer perturbar. Segundo se informa, “carros que estiverem com som alto em ruas, postos de gasolina e calçadas da capital serão multados em R$ 1.000 e podem ser guinchados, caso o motorista se recuse a abaixar o volume”. “Além da multa, que será dobrada em caso de reincidência e poderá chegar a R$ 4.000, os motoristas podem ter o equipamento de som apreendido por fiscais”. A fiscalização deve levar em conta aparelhos como rádio, televisão, vídeo, CD, DVD, MP3, iPod, celular, gravador, viva-voz e instrumento musical. Contudo, a lei ainda não alcança veículos em movimento, deixando livres da ação fiscalizadora os “jecas do asfalto” paulistanos, quando em circulação; por enquanto, porque pessoas se mobilizam para que a lei os alcance também. POR QUE LÁ, SIM, E CÁ, NÃO?

Nem todos rezam pela cartilha safada

Felizmente, há também o que elogiar e enaltecer, em relação à convivência humana. E, estando em início de ano, que traga esse exemplo mais ações positivas ao longo do desfolhar do calendário iniciante. Por telefone, chegou à redação do jornal O LIBERAL pedido de informação sobre meios de contato com pessoa residente em ponto da zona rural, onde, possivelmente, nem chegue sinal da telefonia celular. A pessoa demonstrava preocupação, porque precisava devolver valor que sua cliente havia pagado a mais por engano. Em terra de espertos e tempo de espertezas, é gratificante saber que há também trigo no meio do joio.

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