Eu não sou camelo, não!

19 de Janeiro de 2014
Jornal O Liberal

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Localizado no, outrora, “Campo da Gabiroba”, referência à grande quantidade daquele fruta silvestre, ali colhida nas tardes de verão, o Residencial Dom Bosco poderia também se chamar Saara. A gritaria vem de parte dos seus moradores, que alega não ser dotada da particularidade do camelo, capaz de viver até quinze dias sem beber água. É o tempo alegado pelos reclamantes como de total falta de água, no loteamento, abençoado pelos sucessores de Dom Bosco e aprovado pela municipalidade, sem qualquer infra-estrutura, embora cobras, lagartos e gafanhotos, à noite, transitassem fagueiros entre as últimas gabirobeiras sob os fachos fornecidos pela Cemig. A luz, sim, chamativa e a simular, na noite, organização urbana, passou sobre a primazia da água e do esgoto, escondidos debaixo da terra e, por isso, difíceis de render votos. Paradoxalmente, o Residencial Dom Bosco e o Metalúrgicos (que deveria se chamar Marmelada, respeitando toponímia original e a forma como foi implantado) foram aprovados e são rejeitados, enquanto outros pontos, loteados na cara-de-pau, são dotados de infra-estrutura. Para uns boi dá leite, para outros a vaca dá coice no balde!

Telefone separa os que tentam se falar

Enquanto residentes do Residencial Dom Bosco treinam para viver como camelo, a população em geral, em plena era da comunicação, prevê a volta da conversa, à distância, à moda indígena. Que se preparem tambores (não é para carnaval, não) e se armem fogueiras no alto dos morros. “Tã-tã” e fumaça deverão preencher o silêncio da telefonia fixa, cujos aparelhos cumprem a função de enganar usuários, enquanto principal operadora, via telemarketing, oferece planos alternativos com internet, descuidando-se da telefonia, seu carro chefe. Usuários, nas duas pontas da linha, são enganados pela empresa que assumiu compromisso de por em comunicação cidadãos separados pela distância; quem chama ouve o sinal de chamada, porém a campainha do aparelho chamado não produz o correspondente alarme. O primeiro reclama que não é atendido pelo segundo, e, o segundo se considera desprezado pelo primeiro. Ó cara pálida, “Oi” sempre foi freio de boi!

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