Campanha eleitoral em OP mostra os seus nomes

10 de Março de 2012

Jornal O Liberal

Mauro Werkema

Ainda mais nos bastidores, mas já com esforços continuados de busca de apoios, a campanha sucessória em Ouro Preto já esboça um quadro mais estável de candidaturas e arranjos partidários. Mas não atingiu ainda o debate que seria necessário para propiciar uma imprescindível discussão sobre a tricentenária cidade, com a elaboração de propostas ou mesmo diretrizes doutrinárias ou administrativas que pudessem facilitar a escolha dos eleitores, fazendo com que a eleição se torne mais ideológica e mais consciente, e menos fisiológica ou motivada por interesses pessoais de poder e mando.

O candidato Júlio Pimenta (PPS), em campanha ostensiva há mais tempo, percorre o município, comparece às cerimônias da Prefeitura, em companhia do prefeito Angelo Oswaldo e mantém-se também presente nos atos sociais particulares. Lidera as pesquisas já feitas, mas com elevado percentual de rejeição que parece concentrar-se mais no núcleo histórico ouropretano. Mas é quem possui melhor estrutura de campanha, aplica-se ardorosamente na busca do voto, apóia-se em um grupo de partidos, dos quais metade por ele ressuscitados. Demonstra gosto pela política, pelas tarefas públicas, atributos que demonstra na obsessiva conduta de busca de apoios.

José Leandro, agora no PSDB, confiante de sua liberação pela Justiça Eleitoral, contando com pareceres de advogados, afirma categoricamente que conta com pleno apoio do Governador do Estado e toda a força política do seu partido, inclusive do senador Aécio Neves, que estariam interessados na sua eleição, com promessa de um apoio diferenciado a Ouro Preto. Exalta seu eleitorado fiel, esforça-se por ampliar novos e mais modernos apoios que o permitam crescer sua antiga base eleitoral, evitando que se repita o fenômeno de começar com bons índices e terminar com parcelas menores do eleitorado. Tem andado pelo município, conta com o ex-vereador Targino Guido, faz as críticas à gestão municipal, esforça-se por apresentar-se renovado em idéias e propostas.

Em recente reunião no Grande Hotel, a convite do PMDB, com presença de 12 partidos, que se comprometeram preliminarmente a caminhar juntos e a elaborar documento de princípios e propostas administrativas, o atual vice-prefeito Dimas Dutra (PR) garantiu que é candidato. Demonstrou insatisfação para com o apoio, que julga precipitado, do prefeito a um candidato e afirmou estar disposto, inclusive, a deixar o cargo para liberar-se exclusivamente para a campanha. Partidos e militantes continuam aguardando condutas mais ousadas e presentes de Dimas Dutra em favor de sua candidatura, considerada com boa possibilidade de votação.

O engenheiro e advogado Hérzio Mansur (PT), que se submeterá às prévias do partido a 5 de maio próximo, continua em obstinada campanha. Conversa com toda Ouro Preto, distritos, lideranças, entidades. Ex-vereador, de antiga família ouropretana, com experiência no setor público, atualizado na legislação e nas questões municipais, pode ser considerado, sem qualquer dúvida, o mais capacitado a trazer idéias novas para a política ouropretana, inclusive quanto à campanha eleitoral. E poderá, no mínimo, prestar um grande serviço ao PT ouropretano, desorganizado, conflitado, incapaz nas últimas eleições de eleger um vereador e de mostrar-se à altura da cidade e seu simbolismo cívico e cultural. O PT precisa, sobretudo, de renovação e integração, como já reconheceram as lideranças estaduais do partido, inclusive seu presidente, Reginaldo Lopes, e os parlamentares votados em Ouro Preto. A campanha de Hérzio mostra que não terá retorno e já ganha expressão e adeptos, como mostram as reuniões que tem feito.

Este quadro permite, no momento, prever que a disputa será acirrada. Não permite, no entanto, opiniões mais conclusivas sobre favoritismos eleitorais. Aguarda-se, ainda para este mês, conforme prometido, nova reunião dos 12 partidos que já se encontraram por duas vezes. E que poderão apresentar postura mais objetiva, mais propositiva, o que contribuiria para elevar o nível da campanha e ganhar maior densidade ideológica.