Chuvas: quem serão as próximas vítimas?

13 de Dezembro de 2013
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Abertas as páginas centrais de grande jornal, lá estão, à esquerda, extensa matéria política a contemplar especulações sobre possíveis candidaturas às eleições, no próximo ano; e, à direita, não menos extensa reportagem sobre a dura realidade vivida por milhares de pessoas a cada temporada de chuvas. Em primeiro plano, ambições de minoria que se vale das necessidades gritantes para prometer e nunca cumprir e, em segundo, o sofrimento prolongado a cada período eleitoral, que se confunde com temporal, quando se trata de desfazer sonhos de vida. Em lugar do cumprimento de promessas de palanque, conchavos, tretas e “mutretas” com vistas à campanha eleitoral seguinte, na qual tudo se repetirá para se manter e/ou conquistar mais poder. Também, no outro lado, tudo se repetirá, como sempre. Quem sobrevive à tragédia de um ano continua candidato a vítima no ano seguinte, porque soluções nunca passam das palavras às ações; e recursos, quando liberados, enchem os bolsos dos que vivem de tragédias humanas, tais quais urubus, da carniça. As chuvas estão de volta, vítimas das passadas continuam vítimas em vários pontos do país, e outras deverão lhes fazer companhia, no aprendizado da ainda pior tragédia, que é confiar, esperar, suplicar, mendigar atenção e nem ser considerado nas atenções dos que podem e devem. A se contrapor à assistência e solidariedade no momento do impacto, o flagelado das chuvas constata ser pior tragédia o tempo seguinte, quando olhos do próximo o vêm com desconfiança, testemunhos lhes são negados e portas lhes são fechadas. Da condição de vítima quase o transformam em causador da tragédia!

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