Mãe não é carona!

04 de Março de 2014
Jornal O Liberal

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Há coisas que não prejudicam a ninguém. No entanto, por seu uso persistente no sentido contrário à sua natureza ou ao seu conceito original, acabam por muito incomodar, tal qual a brincadeira musical: “um elefante incomoda muita gente... dois elefantes incomodam muito mais”. Com tempo a sobrar (e quem tem?) quem participa do jogo pode ir ao infinito em número de elefantes, que incomodam. Dentre essas coisas, não “prejudicantes”, porém, incomodantes está o uso e abuso da palavra carona, na mídia, quando se trata de identificar assento situado ao lado do assento do condutor, em veículo de quatro rodas. Vira e mexe, ouve-se pelo rádio, pela televisão, lê-se em jornais ou qualquer veículo impresso: “banco do carona”, para dizer onde alguém viajava ou de onde foi ejetado em acidente de trânsito. Desconhece-se haver, em qualquer veículo, banco destinado ao carona, pois além do condutor, os demais ocupantes são passageiros ou usuários, pagantes (táxi) ou não. De acordo com dicionários a palavra carona significa “ato de transportar ou de ser transportado gratuitamente num veículo”. Disso conclui-se que, a rigor, carona só existe, eventualmente, quando o taxista em gesto de gentileza contempla alguém com transporte gratuito. O mesmo ato gentil pode ser praticado pelo condutor de veículo pessoal, mas o beneficiário não seria carona, pois o não taxista está impedido (por lei) de cobrar pelo transporte. O eventual (carona) a beira dos caminhos, de polegar em punho, a solicitar o favor de quem passa, não é da mesma da natureza dos membros da família do proprietário ou do condutor do veículo, como usuários do mesmo. Ó caras-pálidas, não misturem alhos com bugalhos!

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