Democracia, eleição e corrupção

05 de Outubro de 2012
João de Carvalho

João de Carvalho

A MATRIZ do conceito de democracia está cravada na civilização grega clássica. Democracia significa: governo do povo. Define-se como um regime de Governo em que o poder de tomar decisões políticas está com o povo (os cidadãos) direta ou indiretamente (por meio dos representantes eleitos). Para isto os Municípios realizam sua eleição, este ano aos 07 de Outubro.

A eleição, escolha popular, dá ao povo a oportunidade de se manifestar, através do voto, quem ou quais pessoas podem ou merecem representá-lo, na administração dos três níveis da Nação (Municipal, Estadual ou Federal). É o caso específico da democracia indireta. Tenho ciência de que a democracia pode ser participativa ou representativa. Modernamente, a forma representativa é a mais usual e atende aos parâmetros, às exigências constitucionais da Nação.

Na Grécia antiga, no berço da democracia, era possível a participação direta do povo, na ÁGORA (espaço público de debate político), em busca de suas legítimas pretensões. Os gregos assentaram as bases de democracia, embora não fosse perfeita porque havia então quatrocentos mil escravos, que eram impedidos de votar, e duzentos mil homens livres (poder dominante) detentores do direito da decisão das questões públicas, em Atenas, capital da Grécia, através de livre escolha, via voto oral.

ATENAS, cidade das artes, da arquitetura, do teatro, dos grandes filósofos, sobressaía como um grande centro cultural da antiguidade clássica. Nela os notáveis pensadores redigiram seus livros de orientação político-filosófica, como Aristóteles, Platão, Sócrates.

A poesia adquiriu espaço livre. O Teatro era uma notável escola de formação e crítica dos costumes da época. Quantas “Tragédias”, oriundas dos escritores gregos, hoje são ainda montadas e exibidas nos grandes teatros de nossas cidades. É o pensamento grego de alta linhagem, que é transmitido às gerações contemporâneas.

Neste princípio de século nos decepcionamos com a administração política da Grécia, que à beira da falência, teve de se sujeitar às imposições dos países mais ricos, para se abastecer de “euros” sob pena da bancarrota pública. A Grécia é um país endividado, atualmente. Este fato não lhe rouba sua espetacular contribuição para a cultura mundial.

Atenas e Roma formam a grande dupla citadina milenar das conquistas do espírito. Tiveram seu período áureo, com grande apreciação universal. Seu prestígio ainda fundamenta as bases da cultura atual. São elas os grandes marcos estruturais da cultura que, hoje, pela força da comunicação e pelo fenômeno da globalização, atingem todo o universo, via web, internet, tvs, rádios e jornais.

EM SUMA, eleições limpas, onde se respeitam as Leis, as tradições, o bom senso, a moral e a ética; eleições que valorizam o voto livre, consciente, certo; elas não guardam lugar para a corrupção das intenções, das inconsciências individuais, da venda do voto, da manobra maquiavélica da opinião pública, nem da vilania da conquista forjada da escolha pessoal, baseada em promessas que jamais serão realizadas em favor do povo, da comunidade, do interesse comum.

Corrupção é um contraponto negativo da democracia! A corrupção que permeia os altos escalões políticos da nação – via Mensalões – é a mesma que martiriza a vontade e provoca a revolta da consciência popular, especialmente a mais sofrida, oprimida e excluída.

O Brasil consagrou o “Estado Democrático de Direito”. Isto é, adotou o regime político que permite ao povo uma efetiva participação no governo nacional, porque todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos através do voto.

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