Dilema coletâneo

03 de Junho de 2014
Priscilla Porto

Priscilla Porto

Dois suspeitos, Fulano e Sicrano, são presos, mas há provas insuficientes para condená-los.

Então, eles são separados e recebem a mesma proposta: se um dos prisioneiros testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou é liberto, enquanto o cúmplice silencioso é condenado a dez anos de sentença. Se, porém, os dois ficarem em silêncio, a condenação para ambos será de apenas seis meses. Já se os dois se traírem, cada um é condenado a cinco anos.

A decisão de cada suspeito é tomada sem que o outro saiba, no chamado dilema do prisioneiro. Um desafio para se questionar até onde vai o nosso altruísmo ou o nosso egoísmo. Pensar em si apenas e se “dar bem”? Pensar no outro e se “dar mal”? Ou os dois vislumbrarem além do próprio umbigo e com isso ou, exatamente por isso, ambos se beneficiarem?

O que deve prevalecer: o instinto egoísta de sobrevivência ou a índole politicamente correta filantrópica? Difícil decidir, já que a seleção natural é benéfica a indivíduos que conquistam mais recursos para se alimentar, sobreviver e se reproduzir.

Difícil decidir, uma vez que somos todos Fulano ou Sicrano em um ou em vários momentos da vida.

Mas há a justificativa contemporânea de falta de tempo. E isso lá é realmente justificável?

E se quando findarem os seus dias, você bater na porta de um Ser Superior lá de cima e Ele anunciar: “– Para entrar, é necessário um comprovante de horas mínimas de serviços prestados – aos outros”.

Haverá chance de arrependimento?

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