Direitos iguais entre todos os munícipies

10 de Janeiro de 2011

Jornal O Liberal

Mariana, primeira cidade, primeira capital – também a primeira planejada - primeiro bispado; Ouro Preto, segunda capital depois que o ouro aí aflorou abundante e ao colonizador foi mais conveniente, palco do mais célebre movimento libertário da história nacional, que se converteu em joia entre monumentos mundiais. Duas cidades proeminentes, mas, cada qual parte de um todo, que é o município, assim como as demais cinco mil, quinhentas e cinquenta e nove em todo o Brasil; cada município dividido em distritos, entre os quais o distrito sede da administração municipal e, por isso, denominado cidade. Cada distrito tem sua individualidade e é parte do todo, que é o município. Mas na incultura do povo o distrito pertence à sede, o que muito convém aos agentes públicos que, então, tratam como quintal o território além perímetro urbano do distrito sede. Nada mais ingrato e injusto, discriminador e determinante de falsa conceituação em que surge o cidadão de primeira, no distrito sede, e o cidadão de segunda, no restante do município, embora todos sejam iguais nas obrigações para com a municipalidade. Com visão turvada pelos holofotes disponíveis nas cidades, agentes políticos não se dão conta de que, no abandono da área rural ou “roça”, como ainda gostam de falar, está a origem de muitos problemas sociais via inchamento da sede municipal; esquecem-se que os munícipes, não atendidos onde residem, têm o direito de buscar o que lhes falta. E é para o distrito sede que correm! No município de Mariana, a ligação rodoviária, entre o distrito sede e o de Monsenhor Horta, está quase inviável com a grande quantidade de buracos a desanimar quem por ela trafega. Já no município de Ouro Preto, munícipes quase impedidos de transitar entre o distrito sede o de seu domicílio são os de Rodrigo Silva. Desmoronamento de parte da pista, contando alguns anos de existência, estrangula a ligação entre a sede do distrito a Rodovia dos Inconfidentes. Parece que as duas administrações encontraram fórmula capaz de impedir o êxodo da área rural em seus respectivos municípios!