Do bico ao beco?

13 de Outubro de 2014
Priscilla Porto

Priscilla Porto

Há quatro domingos, o Fantástico exibiu reportagem sobre uma mãe brasileira, cujo filho, Brian, se tornou um radical do Estado Islâmico. Um rapaz novo, saudável e que fazia sua mãe chorar de modo degradante no vídeo e – além dos minutos da matéria global – sofrer uma dor terrível ao acreditar que sua “cria” se tornou um terrorista.

“O futuro a Deus pertence?”

Um rapaz que teve oportunidades e estudos, mas que ao sofrer uma decepção pessoal, resolveu seguir outro caminho. Caminho de “pedras”? Pedras jogadas aos outros. Pedras atiradas pelas mãos da intolerância. Pedras que estilhaçam o coração de Rosana.

Não raras vezes pensamos “Coitada da mãe!”, ao sermos noticiados de tantas adversidades de filhos presos e/ou envolvidos, cada vez mais cedo, com tanta “droga”.

Isso porque, nas noites insones em que acalentamos no colo nosso bebezinho frágil, carente de amor, atenção e cuidados, como é que nós – mães – iremos imaginar que aquele anjinho poderá se tornar um radical de um grupo extremista mais brutal do mundo, um desumano decapitador de cabeças?

Nenhuma mãe cogitaria!

Por que “o futuro a Deus pertence”?

E quem não segue os caminhos de Deus? E quem, no meio do caminho, perde a fé?

Brian era católico, alegre e esportista. O que o levou, então, a mudar de vida?

Por que será que muitos filhos não percebem que, ao largarem o bico e, tempos depois, se embrenharem por tortuosos caminhos, podem estar deixando as mães em um execrante beco sem saída?

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