É hora de ação comum para a Região dos Inconfidentes

01 de Dezembro de 2012
Jornal O Liberal

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Mauro Werkema

É hora de uma reflexão sobre a Região dos Inconfidentes. Qual a situação atual e qual o futuro desejável. Região singular, muito próxima de Belo Horizonte e de outras grandes aglomerações urbanas, hoje densamente povoada, em grande expansão populacional e econômica e cada vez mais demandada por interesses de variada natureza, seria muito importante, neste momento de renovação de lideranças municipais, que pudesse realizar uma espécie de seminário, tecnicamente concebido por organização competente, como a Fundação Dom Cabral, sobre seus problemas, suas vocações, o planejamento comum das intervenções de interesse regional e assim por diante.

Num só eixo rodoviário, na BR-356, numa distância de 110 km, situam-se Itabirito, Ouro Preto e Mariana e dezenas de distritos, povoados e arraiais, que têm questões comuns, a começar pela acesso principal por estrada de traçado antigo, que acaba de passar por recomposição asfáltica, mas sem correção de curvas ou implantação de terceiras pistas ou construção de rotatórias nas principais encruzilhadas ou acessos a conjuntos urbanos. Cachoeira do Campo, em acelerado crescimento, já com um tráfego extraordinário, aguarda há anos a obra do trevo de acesso. E assim vários outros.

Turística, ecológica, centros universitários, cada vez recebendo mais visitantes, além do natural deslocamento de seus moradores, a região é também demanda velozmente por empreendimentos minerários, com não só grandes minas para extração de minério de ferro como também sua transformação primária. Os impactos ambientais precisam ser medidos. Além da Vale e outras empresas estrangeiras já instaladas na região, novas iniciativas estão começando, e a implantação de grandes minerações, complica ainda mais o trânsito de caminhões pesados, e transportadores de minério estão em clara inadequação e perigo. A região não recebe a devida retribuição através dos royalties, devidos às cidades mineradoras, estimado atualmente em menos de 2%, sem que o governo federal cumpra sua promessa de rever o percentual. As mineradoras podem constituir, desde já, um fundo regional de desenvolvimento econômico.

Celso Cota, eleito prefeito de Mariana, político experiente, cumprirá seu terceiro mandato. Conhece bem a região e suas necessidades, com um olho no turismo e na cultura. José Leandro, também experiente, prefeito pela terceira vez, poderia exercer a efetiva liderança de Ouro Preto, como destino turístico de fama internacional, convocando as duas outras cidades para esta reflexão, de interesse comum. E Alex Salvador, eleito em Itabirito, que também já ocupou a Prefeitura, numa cidade em franca expansão econômica e urbana, certamente estaria plenamente aderido a esta discussão. É hora de Itabirito pensar mais em planejamento urbano e ocupação do solo.

Irmanada nas suas questões comuns, em buscas de caminhos e soluções solidárias, fortalecida se unida no planejamento regional, estariam estas três cidades, com o garantido apoio dos governos federal e estadual, bem como as agências de planificação e fomento econômico, dando um exemplo muito importante de maturidade política e administrativa. Deveriam, ainda, criar uma entidade comum de discussão e representatividade, uma associação regional. É o que se espera destas lideranças, experientes, que acabam de ter seus nomes consagrados pelas urnas, com a imensa responsabilidade de pensar o futuro comum. Seria muito bom para todos.

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