Espertinhos e espertalhões, agentes, do delito

15 de Abril de 2014
Jornal O Liberal

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“Enquanto houver cavalo, São Jorge não andará a pé” ou “todos os dias sai um bobo de casa”, são ditos populares a exprimir a oportunidade que golpistas procuram, na figura do ingênuo, para tomar dinheiro de forma desonesta. Embora não coisa nova, o esquema do empréstimo, super-facilitado, de dinheiro, sem consulta aos órgãos de proteção ao crédito, ainda funciona e seduz incautos. São arapucas bem aparelhadas, vários telefones e gente treinada para enganar, não obstante quantia vultosa, cobrada a título de custeio do prometido carnê de pagamento das parcelas. Golpes antigos, sob nova roupagem, sempre encontram quem neles caia, mas outra razão há para isso, pouca verdade havendo na ingenuidade pressuposta da vítima. A verdade seria expressa assim: enquanto houver espertinhos espertalhões se darão bem. A fama do jeitinho tupiniquim alimenta ações delituosas e estimula os que se colocam à margem da lei para ganhar dinheiro, não sendo verdade que grande parte das vítimas se constitui de ingênuos, ou otários, mas de espertinhos prontos para levar alguma vantagem. Tomar empréstimo, sem qualquer garantia, e ainda com a contrapartida do depósito prévio em favor de quem oferece, no fundo, no fundo, revela intenção maldosa de dar o calote. E é com essa intenção velada que os espertalhões contam para amealhar o que querem, além de saberem que suas vítimas nem sempre os denunciam, pois se expõem à interpretação correta da polícia.

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