Estação rodoviária, vinte anos precoces

20 de Novembro de 2014
Jornal O Liberal

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No mundo civilizado, a instalação sanitária deve ser a parte mais limpa da habitação e também dos equipamentos públicos, o que se constitui em paradoxo ambientalmente correto. Não é por ser ali, onde se descartam as naturais imundíces humanas, que se deva tê-la a refletir a natureza da mesma matéria. E foi assim a pensar que ocupantes de ônibus de turismo, antes de chegar a Ouro Preto, resolveram aliviar-se na estação rodoviária de Cachoeira do Campo. Chegariam ao distrito-sede, prontos para o passeio cultural, sem mais perda de tempo com necessidades fisiológicas. Conta-se que, para indignação dos visitantes e vergonha de usuários locais, a “casinha” estava imunda; não por falta d'água, esclareça-se, para que não se debite o fato à insólita estiagem, porém à falta de outros cuidados e material próprio dessas instalações. Foi a primeira e péssima impressão antes da chegada a Ouro Preto. Tantos anos de expectativa em torno da iniciativa, projeto e edificação daquele equipamento público, para se ver o que acontece com a estação rodoviária, às vésperas de se completarem dois anos de sua inauguração! Sofre de “velhice precoce”, aparentando dez vezes mais velha, mal cuidada e a pedir socorro. Da iluminação externa só restam os postes - menos um derrubado por ônibus - enquanto a interna vai se apagando aos poucos, prevenindo usuários para que, dentro em breve, à noite, levem lanternas. Demora a se instalar, no local, o negócio oportunista de aluguel de cadeiras, para acomodar a poupança enquanto se aguarda o “busão”; o que supriria falta dos assentos, quebradiços como biscoito de polvilho, destino cruel de impostos recolhidos. E ônibus continuam a partir antes da hora, porque relógio, instrumento exigível e indispensável em estações de passageiros, alí não há. Concessionária do transporte coletivo até que colaborou, instalando um relógio, mas este parou, talvez por falta de pilhas. Continua, bizarramente, a “enfeitar” a parede.

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