Falta juízo, não água

27 de Janeiro de 2015
Jornal O Liberal

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A guerra da água, ainda não declarada, já tem suas causas que, se não contornadas pelos que têm autoridade e deveriam ter juízo, desaguarão (com trocadilho e tudo) em conflitos localizados, em futuro nem tão distante. Deles não escaparão nem esta região, notadamente a sede da Conjuração, outrora tida e havida como transbordante do precioso líquido, límpido e ao alcance de todos. Naqueles bons tempos, de muita penúria e o equivalente em resignação, a gaiatice tupiniquim dizia que em Ouro Preto havia três coisas boas: pão, água e... a hora de ir embora! Hoje, quando resignação é quase manga-de-colete, não se diz a mesma coisa do pão e da água. Agitados os neurônios pela canícula, não vista ou sentida por quantos vivem, há mais tempo, neste quadrante, sentimento de indignação já se põe à frente da reclamação, quando se trata da água, que não chega às torneiras. É que a perspicácia também aflora e descobre que, nem tanto por falta, a água deixa de sair pela torneira. Se a riqueza nacional é mal distribuída, também o é a riqueza hídrica em Ouro Preto. Moradores do Alto da Cruz e circunvizinhança, em Ouro Preto, estão a reclamar contra o que chamam manobra inútil, pois o abrir e fechar da água no sistema de distribuição não atende os consumidores, mas lhes causa grande irritação além do desconforto. Tais reclamantes apontam tempo insuficiente para que seus reservatórios, enquanto que para outros o tempo sobra. Enquanto isso acontece no Alto da Cruz, em outros pontos do município o desperdício persiste com vazamentos públicos não corrigidos e o consumo perdulário na lavação de calçadas e de veículos. Nem o aviso da natureza, neste verão mais quente e seco que o normal, consegue por juízo na cabeça de muita gente que, por castigo, mereceria morrer de sede.

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