Farid, tradicional família de Itabirito

06 de Maio de 2014
João de Carvalho

João de Carvalho

RESENHA HISTÓRICA: o século XX marcou profundamente a chegada e o desenvolvimento desta família em Itabirito, Minas Gerais. O grande patriarca da geração, voltada para o progresso, foi Farid Aziz Rahme, sempre ao lado da saudosa matriarca Maria Farid Rahme. Um casal sempre voltado para a atividade comercial, do qual sempre viveu, com honestidade, dedicação e muito amor. Procedente do Líbano, sua história se confunde com a própria história da comunidade itabiritense. O Líbano registra sempre um passado de conquistas pérsicas (com Ciro II), helênicas (com Alexandre, o Grande), românicas (com Pompeu), e arábicas (com Maomé, criador do Islã). Até as Cruzadas fizeram parte desta região às margens do Mediterrâneo. Além do sentido bélico-religioso representou a expansão das relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. O Líbano foi conquistado pelos turcos-otomanos (1516) que permaneceram no poder até 1918. Esteve sob a jurisprudência francesa, tornando-se república independente em 1926. O Líbano sofreu uma avalanche de invasões, massacres e intensos conflitos. Mas, a tudo resistiu! A família Farid Rahme é originária deste sofrido país, mas sempre formado por uma população consciente de seus direitos, de sua religião e de sua notável vocação comercial.

A FAMÍLIA: a vinda do casal para o Brasil foi motivada pela possibilidade de uma vida melhor. A entrada em Itabirito se deu através de convite de um parente chamado Mansur, “que morava em Rodrigo Silva, distrito de Ouro Preto, e que era dono de uma jazida de minério, nas proximidades da cidade de Itabirito”. Estabelecido o laborioso e amigo casal em Itabirito, começou sua ascensão na vida comercial, desde a primitiva alfaiataria até hoje, com um conglomerado de supermercados, detentor de qualidades e atualizadas mercadorias para todos os gostos e sabores. O Magazine Farid foi e continua sendo um moderno centro comercial, na Praça Dr. Guilherme. Seus filhos José, João, Aziz, Jorge e Georgette perpetuam o trabalho do casal paterno. Apraz-me transcrever o soneto-poema “LIBANESES NO BRASIL”, 1922, de Elias Farhat, que mostra a gratidão, desta família, ao Brasil, nestes termos:

“Se contássemos todos os cedros do Líbano / E os cedros são fonte de inspiração / E com eles erigíssemos aqui um templo / Cujas torres atravessassem as nuvens.
Se arrebatássemos de Damasco / O túmulo de Saladino / E de Jerusalém, o sepulcro / Do redentor dos homens.
Se doássemos todos esses tesouros / À grande nação independente / E a seus generosos filhos;
Sentiríamos que ainda assim / Não pagamos tudo que devemos / Ao Brasil e aos brasileiros”.

EM SUMA, agradeço ao LU Farid, filho de José e Georgete, pelo primoroso volume intitulado “Maria e Farid , libaneses de origem, brasileiros de coração”, escrito também em árabe. Lu, empresário itabiritense, que herdou de seu pai José Farid excepcional vocação comercial e continua expandindo todos os negócios da família, com competência, dedicação e dinamismo. Este exemplar volume da saga da família Farid , em Itabirito, fará parte especial de minha estante literária. Esta família estará perenemente inscrita no rol das notáveis e laboriosas famílias itabiritenses. Encerro com esta mensagem de ocasião: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, escreveu Fernando Pessoa.

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