Fatos pescados nas manifestações

26 de Março de 2015
Jornal O Liberal

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Além do que se propuseram, as manifestações de domingo último, nas capitais e outras cidades brasileiras, abriram espaço para outras análises e considerações sobre fatos observados, desde o excesso de confiança de participantes até a leniência das leis, passando por grosso erro de cálculo de ocupação. Se volume e comportamento dos manifestantes surpreenderam o governo, que esperava números menores à frente de realização de grandes badernas, quebradeiras e coisa e tal, no sentido contrário desse raciocínio, os próprios manifestantes chegaram ao excesso de confiança, na segurança do ato, comparecendo em grupos familiares, incluindo-se mães a conduzir carrinhos, ocupados pelos respectivos bebês. Loucura ou confiança mesmo, tal comportamento, raramente, dar-se-ia em outros lugares do mundo, porque grandes aglomerações humanas, ainda que motivadas pelo prazer e alegria (carnaval, por exemplo) são caldo de cultura para grandes tumultos com graves consequências. Muito mais, na mesma direção, pode-se esperar de multidões reunidas sob a bandeira da indignação, como foi o evento com ramificações por mais de uma centena de cidades. Dentro do bom senso, não há como apoiar, previamente, tal conduta, sem incursões na nebulosidade do remorso, mesmo que tais manifestações fossem puxadas por freiras a rezar o terço. O Brasil é terra do insólito e, por isso, se diz que Deus é brasileiro! E, na linha da ironia, alguém observou que, segundo a Bíblia, cinco mil pessoas estavam presentes por ocasião da multiplicação dos pães por Jesus; e segundo importante instituto de pesquisas, o mesmo evento teve presença tão somente de Jesus, acompanhado dos doze apóstolos. Considerando que a Avenida Paulista tem cento e dezessete mil metros quadrados e cada metro quadrado comporta cinco pessoas, duzentas e dez mil pessoas, número apontado por tal instituto contraria qualquer cálculo, mesmo não incluindo ruas adjacentes como foi feito pela Polícia Militar em sua avaliação. Qual a intenção de minimizar? Observar que pesquisas, de outra natureza em passado recente, resvalaram para incredibilidade! Quase a comprometer o estado de graça dos grupos mais confiantes, vinte indivíduos (duas mulheres) uniformizados, que provocavam os manifestantes, foram entregues por estes à Polícia Militar. Detido e revistado, a polícia apreendeu com o grupo material suficiente para fazer grande estrago, possivelmente até mortes, no evento. Portavam bombas caseiras, rojões, soco inglês e outros apetrechos direcionados para violência. Da delegacia, para onde foram levados, tais indivíduos saíram sem nada dever à Justiça, porque segundo a lei, eles não chegaram a causar vítima. Em qualquer país menor, menos bobo e menos irresponsável, trogloditas desse naipe estariam a tremer por sua sorte, atrás das grades, depois de por em risco a segurança pública, enquanto serviço de inteligência das forças de segurança estaria a investigar tudo relacionado ao fato e aos detidos. No país tupiniquim, não! Enquanto não morre alguém, perigo não existe; o ladrão arromba a porta, mas se não consegue roubar, tudo bem; azar do ladrão e do dono da casa!

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