Fila, fura-fila e outras pragas da mesma

30 de Setembro de 2015
Jornal O Liberal

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A julgar pela frequência e volume, fila na boca do caixa dá status ou, no mínimo, “demonstra” que há muito trabalho, e, que os da fila ali estão por nada terem a fazer. Deduz-se isso pela observação do que acontece, quando a fila chega a um número mínimo, próximo do esgotamento. Do lado de dentro do balcão, outro rumo toma o trabalho, cessando o atendimento, substituído pelo cuidado de outros afazeres, ou, até mesmo o cafezinho. Nessa fase, quem está na fila torce para que mais infortunados cheguem atrás de si, pois se isso não acontece, mais tempo terá que “mofar”, antes que seja atendido. Nada de chegar, ir direto ao caixa, efetuar a transação e sair, sem mais demoras. A fila faz parte da cultura tupiniquim. Que o digam aqueles que “dormem” nela para garantir a vaga do filho na escola; para conseguir a ficha de atendimento médico na saúde pública; para obter vaga de emprego oferecido; e até para conseguir o ingresso para o futebol ou para assistir o show de qualquer babaca estrangeiro. E o tupiniquim é tão ingênuo, que recebe as cadeiras disponibilizadas como sinal de gentileza e humanidade por parte dos bancos! Mas, oh! cara pálida, não é por bondade que as cadeiras ali estão; é para que você reclame menos. Há salas de estabelecimentos bancários que lembram cinema; várias de filas de cadeiras ocupadas por clientes, de olhos fixos na tela do monitor, a acompanhar a sucessão de senhas chamadas. Só falta o escurinho e o saquinho de pipocas nas mãos de cada expectador! Amenizado o tempo de espera mediante cadeira e telinha para distração, ficam duas outras pragas próprias do jeitinho brasileiro; o fura-fila e o oportunista da fila preferencial. É muita cara-de-pau a se valer da ingenuidade de uns, em aceitar fazer o “favor”, e do constrangimento de outros, em impedir que o fura-fila assim proceda e entre na fila como os demais. Enquanto isso, mediante alguns trocados, a condição do “preferencial” é explorada por empresas com grande volume de serviço, em detrimento do atendimento mais rápido que os demais teriam. Tupiniquim considera as extensas filas de atendimento e a grande quantidade de carros nas ruas como sinais de progresso! E o resto é consequência...

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