Fogueteiro fora de festa e do juízo

07 de Fevereiro de 2011
Jornal O Liberal

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Em dias de festa, dispensáveis por quantos não os apreciam fora de momento específico (sob responsabilidade de técnicos), porém tolerados em respeito aos que não os dispensam como parte do evento, fogos ou foguetes costumam representar despesas bem superiores às que contemplam a cultura. É bem de acordo com a tendência mundial, em que estados gastam mais com a máquina da guerra do que com iniciativas de paz e com o bem estar dos povos. Mesmo sob riscos de explosões descontroladas, ou imperícia, que causam centenas de vítimas a cada ano, por ocasião de festejos populares, sem esquecer tragédias provocadas por irregularidades no seu fabrico e armazenamento, fogos têm seu público, à parte, que prefere estampidos a notas musicais. É aquela velha constatação: uns gostam dos olhos, outros da remela! Na empolgação de comemorações ruidosas, vá lá, um rojão agora, outro em seguida, ainda que sob o risco de acidentes, mas não se entende o porquê de foguetes fora desse contexto, lançados ao ar isoladamente por pessoa durante dois ou três dias seguidos. E se fosse apenas o sobressalto ante o impacto sonoro, menos mal; mas o lançamento dos petardos se fazia, a torto e direito, com explosões sobre telhados vizinhos. Claro que houve resmungos e ranger de dentes das partes ameaçadas, desejos de que o causador do desconforte também se explodisse junto com os foguetes, ou que o chão se abrisse o levasse ao inferno. Um ou outro deve ter contado bravatas dentro de casa, em teatro para seu círculo interno: que faria o fogueteiro comer os foguetes (ou coisa pior e impublicável), amarrotaria as fuças daquele sem mãe, etc., etc. Mas, alguém tomou a iniciativa de chamar a polícia? Polícia existe é para isso também! Nessas horas, o celular não sai do bolso da bunda! Em lugar de reclamar contra a escuridão, risque o fósforo!

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