Fundo eleitoral de R$ 2,2 bilhões é uma afronta ao povo

19 de Maio de 2017
Jornal O Liberal

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*_Antonio Tuccílio_

Não tem uma semana que passe sem que tenhamos que lidar com as loucuras da Câmara dos Deputados.

A mais nova é a criação de um fundo eleitoral para 2018 no valor de R$ 2,2 bilhões. O número espanta. Repare que não estamos falando de milhões e sim de bilhões financiados com dinheiro público.

Fora esse valor, os candidatos continuarão a contar com os mais de R$ 800 milhões do fundo partidário e os R$ 600 milhões destinados a propaganda eleitoral “gratuita” (que de gratuita não tem nada, pois somos nós, o povo, que pagamos por ela). Também existirá a possibilidade de candidato concorrer a dois cargos diferentes (governador e deputado federal, por exemplo), o que é absurdo.

Com a economia do Brasil em frangalhos e o impressionante número de mais de 13 milhões de desempregados, eu chego à conclusão de que boa parte dos deputados enlouqueceu ou pensa que vive em outro país, se é que algum país democrático gaste tanto dinheiro com campanhas eleitorais.

É preciso dinheiro para arcar com uma campanha política? Sim, disso ninguém discorda. Custa caro? Sim, pois o Brasil é um país de tamanho continental. Mas nada justifica uma cifra tão alta. Nada justiça sequer esse fundo, quanto mais valores absurdos como esse.

Parece que a Câmara dos Deputados segue em uma cruzada – eles de um lado, o povo do outro - em busca da aprovação de projetos e emendas que visam apenas o benefício deles mesmos. Os interesses da nação ficam sempre em segundo plano.

Além do sugerido fundo eleitoral com dinheiro do povo, eu cito o voto em lista fechada na qual o eleitor vota em partidos e não em candidatos (tentativa clara de dar foro privilegiado a corruptos), a terceirização irrestrita já sancionada e que precariza os serviços prestados, a reforma da Previdência que obriga a trabalhar até os 65 anos, as medidas contra a corrupção que deviam ter sido aprovadas, mas foram destruídas após uma série de modificações duvidosas, a tentativa de anistiar o Caixa 2, entre outras manobras.

O governo fala tanto em corte de gastos, mas quando se trata de cortar o que é deles parece que o discurso não se aplica. E mais uma vez quem paga é o povo.

*_Presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)_

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