Honrados corruptos e corruptores

13 de Janeiro de 2017
João de Carvalho

João de Carvalho

O TÍTULO é uma exclamação crítica do escritor Walter Goodman! Política, ciência e arte são três palavras bonitas, atraentes e sonoras como conceito. Na prática exigem atitudes, compromisso e ação. Na vida, não nos preocupamos apenas com a noção de conceitos, mas com a vivência e a prática deles. Por quê? Porque nossas ações exigem atitudes, atos concretos que clamem por valorização daquilo que a gente faz. Não basta saber, é preciso vivenciar o que se conhece. A prática é a melhor gramática da vida. Se abrirmos um dicionário, teremos as definições mais perfeitas destas três palavras. Se olharmos para nossos políticos, administradores públicos, legisladores e juízes, com raras e honrosas exceções, tropeçaremos com o conflito de seus comportamentos, em relação às noções que revestem e traduzem o conceito verdadeiro destas três palavras. A arte como produção do belo; a ciência como um conjunto de conhecimentos; a política como a arte e a ciência de governar para o bem comum. Das três, ficamos como ponto de observação, somente com a política, uma vez que esta abrange a ciência e a arte.

SABENDO-SE que o povo, via poderes constitucionais, através do voto, em legítimas eleições, escolhe seus representantes, tendo como finalidade o bem comum, não se pode admitir que os detentores do poder se desvirtuem de sua finalidade mais importante que é unicamente o interesse coletivo. Entretanto o que se vê, hoje, no Brasil, é a inversão total de ação de nossos legítimos representantes, nos três poderes da nação. Escândalos em cima de escândalos, na manipulação desenfreada do dinheiro público, sob as mais diversas formas. Políticos coleados com representantes de determinadas empresas, como a Oderbrecht, saqueando os cofres públicos em detrimento constante e contínuo do bem comum. O tesouro nacional é formado com a operação rendosa de nossas empresas públicas, somado à arrecadação dos impostos decorrentes da contribuição individual do povo trabalhador e do aposentado, assim como do lucro das empresas estatais. Infelizmente, nossos governantes fogem de suas responsabilidades e passam a desviar para si os valores de nossas empresas e dos depósitos em espécie de nossos Bancos, e para alimentar os Caixas-2 de seus partidos. O dinheiro público passa a financiar interesses absolutamente pessoais. O enriquecimento ilícito tornou-se oficial para muitos e desonestos políticos, unidos a empreiteiros corruptos e corruptores. Nossa educação, hospitais, ensino, saúde, pesquisa e a segurança pública estão vivendo, à míngua de recursos, porque a fonte de sua sustentação foi desviada de sua única finalidade que é o bem comum.

ENFIM, quem nos diz e confirma isto diariamente são: O Ministério Público, a Polícia Federal, os Procuradores de Justiça, o dinamismo da Operação Lava-Jato com a excepcional atuação do extraordinário Juiz Sérgio Moro. Não fosse a determinação desses órgãos, com ousadia, conhecimento e ação constante, o Brasil já teria se tornado uma Grécia falida. Urge que o povo, sob as mais diversas formas de ações, aprove e lute pela continuidade dos trabalhos das entidades descritas. Sem elas o Brasil estaria derrotado e o povo entregue à sanha de políticos sem caráter, cada vez mais oprimido, sem perspectiva de uma vida melhor. É necessário construir o futuro, via impostos de toda natureza, arrecadados do trabalho honesto e contínuo de nossa população.

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