Indignação, sim; ódio, não!

31 de Agosto de 2014
Jornal O Liberal

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Sob o império de leis, nas quais se arranjam brechas para proteger poderosos, grande é a satisfação da sociedade quando as mãos da Justiça caem sobre medalhão que, por algum tempo, escarneceu de tudo enquanto ganhava milhões, na prática de crimes sob a capa de nobre profissão. A recaptura do ex-médico, famoso antes como profissional e agora como criminoso, tanto mexe com os sentimentos de indignação, por saber que tantas mulheres foram vítimas de seus crimes, quanto eleva o moral dos cidadãos, cansados de tanto ver a impunidade prosperar entre doutos, famosos e ricaços. Que não se poupem a ele qualificativos endereçados aos menos qualificados socioeconomicamente, condenados pelos mesmos crimes, pois com estes nivelou-se ao abjurar o Juramento de Hipócrates no saciar de sua lascívia. Que pague, na prisão, na mesma proporção dos crimes cometidos, sem quaisquer subterfúgios dos empregados para livrar a cara de ilustres. Que o tempo atrás das grades seja preenchido com reflexão sobre sua conduta, acrescida de trabalho socioeducativo e compensativo, para lembrar-lhe o sofrimento causado à legião de vítimas. Entretanto, não é por merecer sobre si o peso da lei e a indignação coletiva, que se tenha, como em nenhum outro momento semelhante, manifestações de alegria e nem do ódio vingativo. Ao contrário, a sociedade deveria chorar, pois o crime de um só indivíduo constitui perda para toda a coletividade, como doença que a torna mais fraca. O momento é mais de dor social e como tal deve ser tratada, repudiando-se manifestações de ódio, como a de determinado profissional de comunicação, que desejou ao condenado as piores doenças, para que o castigo lhe seja maior. Lamentável a falta de ética profissional e postura de ódio, não condizente com a do cristão, que ele diz ser!

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