Intrigante e assustador

19 de Maio de 2017
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

A última semana trouxe duas notícias interessantes; a primeira, menos barulhenta e, por isso mesmo, não percebida pela grande maioria, desperta curiosidade e leva a muito pensar sobre o que nos (à espécie humana) reserva o futuro, quanto ao que se pensa saber do passado, caso se concretize o que diz a teoria. A segunda, sem deixar de despertar a curiosidade, em certo aspecto, é assustadora e representa o poder e consequente perigo, presente na manipulação, por um ou alguns criminosos, com o recurso das modernas tecnologias sobre o restante da humanidade.

Em seu processo de evolução desde a era das cavernas, a espécie humana sempre teve anseios de conquistas. Desses grandes desejos, um era o de alçar-se aos céus, voar, assim como sempre fizeram as aves, no seu deslocamento sobre o planeta. Finalmente, o extraordinário se fez graças à inteligência, persistência e habilidade do brasileiro Alberto Santos Dumont, ao erguer-se do chão, em Paris, manobrar no ar e pousar, tranquilamente, diante de um público boquiaberto. Que os irmãos Wright (norte-americanos) nos perdoem, mas o título que lhes outorgaram foi usurpado, por não terem feito demonstração pública e nem apresentado qualquer prova do alegado. Ao contrário do voo do 14 Bis, que incluiu ascensão por meios próprios e aterrissagem suave, houve quem dissesse que o invento ianque foi lançado ao ar por meio de uma catapulta. Resumindo: não foi um voo, porém um salto de gafanhoto! Bem, isso agora não importa, valendo, sim, o fato de que com o avião, o Homem voou e a partir dele cria naves para as viagens espaciais.

Outro sonho acalentado e focado na literatura e no cinema é a viagem no tempo, tema polêmico, em torno do qual digladiam mentes que admitem e mentes que não admitem a possibilidade. De acordo com notícia vinda da Universidade da British Columbia (UBC), no Canadá, um seu professor (Bem Tippet) apresentou uma fórmula matemática, que descreveria um método para viagens no tempo. Entretanto o próprio professor admite não ser possível, por ora, construir uma máquina espaço-tempo porque seriam necessários outros materiais, ainda não existentes. Ainda que no campo teórico, a possibilidade desse deslocamento no tempo dá o que pensar sobre outra possibilidade: a descoberta de que grande parte da história humana não representa a verdade dos fatos revividos ou visitados pelo “viajante”. Quem leu, pelo menos, o primeiro volume de “Operação Cavalo de Troia”, do espanhol J.J. Benitez, entende o que se quer dizer. O escritor espanhol narra o que lhe passou, mediante documentos, um cientista e oficial da Força Aérea Norte-americana, sobre suposta participação sua num projeto de viagem ao tempo e espaço dos últimos momentos da vida de Jesus. A narrativa trata o assunto como fatos reais e o escritor diz ter sido fiel ao conteúdo dos documentos e da entrevista com o major norte-americano.

Muito mais do que voar, locomover-se no ar, viajar no tempo seria fascinante e, ao mesmo tempo, perturbador. Se possível, será que a humanidade está preparada para isso?

Deixando agora teorias, ficção científica e conjecturas sobre viagem no tempo, vamos para a realidade nua e crua do dia-a-dia, ou mais especificamente, para a última sexta-feira, 12 de maio. O mundo entrou em sobressalto com a notícia de que hackers promoveram ataques cibernéticos a cerca de cem países. Serviços essenciais como saúde, telefonia, sistemas financeiros foram afetados, ocasionando sérios prejuízos, em todos os sentidos, à comunidade internacional. No Brasil, foram afetados tribunais de Justiça, Previdência Social e outros serviços públicos, não se falando do setor privado, que costuma se resguardar da divulgação nesses casos. Os bandidos (este o termo para definir criminosos, de qualquer padrão) cibernéticos tomam sistemas e computadores na internet como reféns, cobrando algo em troca pela liberação. O evento foi o maior do gênero e seus executores inovaram ao cobrar bitcoins (moeda virtual circulante exclusivamente na internet) em troca da liberação.

O crime se estende da chantagem à expropriação de valores, ainda que não palpáveis, passando por prejuízos inerentes à perda de arquivos. Detentores de carteira de bitcoins, se seguros quanto a controle externo de qualquer natureza, graças à privacidade inviolável, não o são contra chantagistas, a menos que invista em segurança do seu sistema privativo e tenha cópias de tudo à parte. É a lição que fica para os que queiram e precisam se resguardar. Com esse ataque verifica-se que, além do terrorismo clássico a derramar sangue em nome de políticas, ideologias e crenças, existe agora o terrorismo cibernético a chantagear, no assalto ao patrimônio alheio. Que se unam as inteligências do bem no combate a mais esse perigo!

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook