Já não se faz mais nada como antigamente

08 de Setembro de 2013
Jornal O Liberal

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Ao vivo e em cores – expressão usada e abusada, quando das primeiras transmissões televisivas instantâneas e nas cores reais – todo o país acompanhou imagens dramáticas da busca de sobreviventes e resgate de corpos, nos escombros de prédio desabado, quando ainda em construção, em São Paulo. Por que caem os prédios? Porque já não mais os constroem como antigamente; porque, embora haja leis e regras a serem cumpridas, fiscalização não se faz e punição menos ainda, quando se evidenciam culpados por falhas apontadas. Este, não sendo o primeiro caso, foi “apenas” mais trágico e desumano, porque ceifou vidas responsáveis por outras vidas, destruiu projetos pessoais, descontinuou a jornada iniciada por trabalhadores simples que, como outros semelhantes, confiam naqueles que os regem no trabalho. Mas, não só prédios caem. Cai a qualidade de serviços essenciais, como os ligado à saúde e à vida. Por que, em hospitais, se injetam substâncias estranhas na corrente sanguínea de pacientes, ao invés de medicamentos prescritos? Muitas podem ser as respostas, mas todas devem apontar menor atenção a pontos cruciais do trabalho em execução. E assim acontece em outras atividades, valendo como causa para a repetição de erros a impunidade e a omissão de vítimas que, por medo, comodismo, deixam de reclamar ou denunciar. Por que parlamentares ainda relutam na abolição do voto secreto, especialmente em julgamentos que lhes cortam na própria carne? Porque entre eles prevalece o corporativismo, ou seja, a proteção mútua; ainda que culpados, julgados, condenados pela Justiça e presos, seus pares “merecem” continuar no exercício do mandato. Cai a qualidade no mundo, porque menos atenção é dada ao objetivo final de cada tarefa, de cada trabalho, de cada profissão, de cada função exercida. Exemplo disso vem em analogia falha, estampada na página política de grande jornal: “Calos no sapato do Congresso”. Faltou atenção ao profissional na escolha do título, pois calos não ocorrem no sapato, mas, sim, no pé. Ainda que não prejudicada a matéria, a expressão “pedra no sapato” trocada por “calos no sapato” revela falta de atenção do profissional.

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