O Berro do Bode Zé

15 de Setembro de 2013
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Coelhos a morrer de sede

Do distrito de Amarantina, mais precisamente da localidade de Coelhos, vem o grito de sede, ilustrado com imagens gravadas em vídeo amador. A ostentar placa de inauguração em setembro de 1988, reservatório de água apresenta-se quase em desmoronamento, cheio de rachaduras, sinais de que nesses vinte e cinco anos nunca recebeu manutenção. Coincidentemente, o reservatório é apenas um mês mais novo que o jornal O LIBERAL, saído às ruas pela primeira vez, em agosto daquele ano. O jornal cresceu, conquistou seu espaço, presta serviços ao desenvolvimento regional, enquanto grande parte da população de Coelhos volta ao primitivismo da água coletada aqui e ali, ou disputa a preferência na parca distribuição feita por caminhão-pipa. Oi sô Zé! nóis ta cum sede!

Camihão-baú defeca na rodovia

Antes, de caminhão carroceria aberta, restos do boi, depois de separado o aproveitável para a mesa, eram coletados para aproveitamento em outros processos industriais. Fez falta então batedor, como à frente de autoridade, a anunciar que lá vinha o fedor, para evitar que portas e janelas fossem fechadas tardiamente. Veio o caminhão-baú, diminuiu o fedor e se evitou aos mais sensíveis, olhares esbugalhados que, de cabeças destroçadas, reinavam sobre ossos descarnados; mas a anti-higiene prosseguiu, a portas mal fechadas, a espera de momento assaz propício para assombrar. Esse momento chegou, no quebra-molas saltado, na pressa de chegar, abrindo-se então os intestinos do lúgubre veículo a derramar, no asfalto, toda a podridão mal cheirosa. O (i)responspável, ao volante, fugiu ao flagrante, só voltando à cena do crime, contido que foi pela Polícia Rodoviária. Destroços apodrecidos foram recolhidos, quase dez horas depois, mas a fedentina ficou para a vizinhança e passantes, pois da Saúde Pública ou Vigilância Sanitária ninguém se ocupou de higienizar o local.

Bandido no topo da escala social

O medo, entre simplórios, de pronunciar nome de doenças, ditas insidiosas, como o câncer, por exemplo, invade a área social, em nome dos “direitos” do indivíduo fora da lei, para o qual não se quer a estigmatização do crime, quando estigmatizado é por si próprio desde que se volta contra a lei. Assim é que ao criminoso evita-se a qualificação específica, como ladrão, homicida, estuprador, assaltante, nivelando-o com o trabalhador e cumpridor da lei que, eventualmente, pode ser qualificado “cidadão infrator”, ao estacionar veículo em local proibido, por exemplo. Pela natureza do crime cometido, seu agente perde, naturalmente, o direito de estar entre a maioria honesta e honrada, não merecendo a qualificação equivalente à prática da cidadania. E se indivíduo é, comprovada ou confessadamente, criminoso, a sociedade tem o direito de saber quem é. Em Mariana, indivíduo preso e criminoso confesso, sabotou adutoras do abastecimento público e depredou monumento, sob alegação de agir em protesto contra o governo, prometendo agir novamente, assim que for solto. O indivíduo agiu premeditadamente, atacando diretamente a população, privando-a da água. E seu nome não é revelado. Quanto à depredação do monumento, qualificam-na como vandalismo. Vandalismo é quando ocasional. Neste caso, premeditado e com objetivos de causar danos, é crime. Esse indivíduo é bandido e não cidadão! Por que proteger criminosos? Criminoso continuar a ter direitos como ser humano; como cidadão, não mais merece nem a qualificação.

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