Jorge, homenagem de noventa anos

28 de Outubro de 2011

João de Carvalho

“São servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos Cofres Públicos”, assim escreveu Maria Sylvia Zanella di Pietro.

Jorge Senra dos Reis, nasceu em 1921, em Itabirito, tendo sido adotado por seus avós paternos aos seis anos de idade. Cursou apenas o Primário, único curso existente naquela época, no Grupo Escolar Dr. Raul Soares. Aprendeu datilografia. Seu pai ensinou-lhe a profissão de Sapateiro. Aos catorze anos passou a estudar música, com manifesta vocação para esta arte. Isto lhe deu oportunidade de participar da Banda Santa Cecília e posteriormente da União Itabiritense. Aos dezoito anos tornou-se Condutor de bondes, em Belo Horizonte, profissão que lhe deu expressão social mais ampla. Aos vinte e um anos perdeu seu pai. Da sua querida genitora, ele ficou privado aos trinta e nove anos.

Numa família humilde, de conjuntura difícil economicamente, em 1956, conseguiu ocupar o cargo de Oficial de Justiça, no Fórum da nossa Comarca. Nesse trabalho ficou até sua aposentadoria. Nunca deixou a música de lado. Lembra-se muito bem, que participou de um conjunto vocal “Orfeônico” com vozes só masculinas.

Em 1988, já aposentado foi residir em Conselheiro Lafaiete. Naquela cidade fundou a “Mini-Orquestra Doçura Lafaiete”, contratado pela Prefeitura. Esta orquestra apresentava, sob sua regência, músicas eruditas, com sucesso. Apresentou-se em Itabirito no antigo Cine Pax.

É casado há cinqüenta e quatro anos com Heloísa têm seis filhos e ___ netos.

Como o bom filho sempre à casa retorna, Jorge Senra e sua esposa voltaram a residir em Itabirito. Hoje, sente-se feliz e bem disposto, com noventa anos de idade. Diariamente é encontrado, de boné, caminhando e proseando com os amigos, pelo centro da cidade.

Dedica grande afeto a seus filhos e netos, recebendo carinho, amor e muita amizade deles e dos parentes.

Esta crônica quer destacá-lo como um dos excelentes Oficiais de Justiça, e o mais idoso deles. O casal Jorge e Heloísa não teve só momentos felizes. A vida lhes cobrou muito, mas tudo está sendo vencido com luta e esforço. Enfrentou amarguras, decepções, falecimento de seus pais, dois filhos e três irmãs.

O Jorge, foi servidor público consciente, presente e atuante, sempre tratando a todos os serventuários da Justiça com respeito e dignidade.

Está aí, um saudável senhor, com seus noventa anos bem vividos com muita saúde, paz e felicidade, junto aos seus e à população itabiritense. É uma relíquia do Fórum Edmundo Lins. Jorge Senra, um grande servidor público Estatutário.