Jornalismo e literatura sem corrupção

17 de Junho de 2016
João de Carvalho

João de Carvalho

HÁ DUAS profundas fontes do conhecimento moderno: a literatura e o jornalismo. Aquela é a arte da bela expressão verbal. Toda literatura é a visão do mundo, coada através do autor. Este é a arte de apreciação dos acontecimentos. A arte é a expressão do belo. Belo é aquilo que agrada à vista.

O livro “O desatino da rapaziada”, lançado em 1992, pelo jornalista e escritor Humberto Werneck, conta a história do jornalismo, do contexto cultural e literário de Minas Gerais. A figura central e mais prestigiada é a do poeta Carlos Drummond de Andrade, seguido por Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Rezende, Paulo Mendes Campos e outros. Werneck mostra os bastidores da imprensa mineira. É uma história de personagens reais. Isso aconteceu na infância da nossa bela capital, Belo Horizonte. Vários locais serviram de encontro da rapaziada, jovens escritores e jornalistas, como: Minas Tênis Clube, Viaduto Santa Teresa, Bar do Ponto e Pampulha. Estes jovens escritores e jornalistas treinaram suas habilidades em Belo Horizonte, e depois saíram para centros maiores como São Paulo e Rio de Janeiro.

Mostra que o jornalismo e a literatura podem andar juntos. Os jornais da época davam mais espaço aos escritores. Haja à vista o lançamento do Suplemento Literário, do Diário de Minas, da Revista Verde e da Revista Eléctrica. O mitológico “Bar do Ponto”, inaugurado em 1907, na Avenida Afonso Pena, era o melhor e o mais expressivo lugar de encontro desta rapaziada intelectual da época. “O Diário de Minas se tornou um importante ícone desta história literária e jornalista mineira entre as décadas de 1920/1970”, escreveu Débora Assis. Este livro, em comentário sucinto, é destinado a jornalistas e escritores, como autêntica fonte do conhecimento.

ISTO ME LEMBRA o famoso e culto Dom Silvério Gomes Pimenta escrevendo que: “À imprensa, devemos a difusão da ciência, o progresso espantoso das artes, a correção e a polidez dos costumes. A imprensa é o flagelo da tirania, é o poder mais temido, que conhecem os poderes da terra, os quais dela têm mais medo do que das armadas e dos exércitos. Entretanto não há veneno tão corrosivo das entranhas da sociedade, tão deletério da pátria como uma imprensa corrompida e corruptora. Envenena a inteligência e o coração do indivíduo, corrompendo-lhe assim a fonte do bem e quebrando os laços que o prendem à virtude, que são a verdade, o temor de um juiz incorruptível e a esperança de recompensa eterna. Ela torna o cidadão impaciente da lei, insubordinado e egoísta, penetra no lar e aí planta a discórdia e a infidelidade, corrompe a infância, ensina o vício, destrói o respeito à autoridade”.

EM SUMA, o nosso jornal, O LIBERAL, faz parte da melhor e maior liderança comunicativa da região do ferro. Há quase 30 anos vem se destacando como um dos mais regulares e completos instrumentos da cobertura dos acontecimentos das cidades de Ouro Preto, Mariana e Itabirito. Ele prima pela sua bela e correta apresentação quer jornalística, quer informativa. Circula, sem interrupção, às sextas-feiras, trazendo sempre os acontecimentos mais recentes e principais destas cidades e distritos. Há 22 dois anos mantenho minha coluna, com regularidade e carinho, fazendo parte de sua equipe de informadores e formadores da opinião pública. Sempre agradecendo sua leitura e contando com sua participação semanal. Tudo isto por um Brasil melhor, mais humano e democrático!

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