Juiz Israel Carone Rachid (1983-1985)

13 de Dezembro de 2013
João de Carvalho

João de Carvalho

DESCENDENTE de pai libanês e mãe baiana. É de Visconde do Rio Branco. Foi radialista, advogado e posteriormente Juiz de Direito. Seu nome, até por tradição paterna, está ligado ao Direito. Mas, foi na magistratura em várias entrâncias, que encontrou sua vocação para administração da justiça. Itabirito, no Fórum Desembargador Edmundo Lins, foi palco de seu destaque como juiz. Homem de fácil comunicação e muito aproximado da classe dos advogados da 62ª. Subseção de Minas Gerais. O fato de ter sido radialista, na sua mocidade, tornou-o uma pessoa de fácil contato e expressiva convivência social.

Tive o privilégio de advogar, sendo ele juiz da comarca de Itabirito. Homem de esmerado caráter, postura e simpatia. Participava com bastante frequência das reuniões dos advogados, dando abertura para solicitações e queixas da turma, sem cerimônias e com muita solicitude, no atendimento do que era possível e cabível, segundo sua concepção jurídico-administrativa.

QUANDO foi transferido, por merecimento, deixou uma imagem límpida, serena e justa de sua passagem pela terra dos Aredes. Após sua aposentadoria voltou a advogar e a lecionar na área do direito de família. Sua máxima jurídica é saber escutar as pessoas, com conhecimento amplo e provado, através do exercício da magistratura. A cátedra dos julgamentos, com lisura, estudo e dedicação. Teceu-lhe a personalidade voltada para a aplicação dos princípios psicológicos, aos clientes e assistidos na aplicação do direito de família e sucessões. Foi um grande expert da vivência e aplicação das normas legais. Seus alunos gozam do privilégio de um mestre que soube ser juiz e que ministra, com distinção, preciosas aulas, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Lembro-me dele subindo a escadaria do Fórum de Itabirito, portando livros e códigos, com o semblante sempre alegre e comunicativo, cumprimentando funcionários, serventuários da justiça e advogados à espera de despacho, em petições iniciais. Alegra-me saber que seu pai fora professor e advogado, e que tem duas filhas graduadas em direito. Em suas atividades normais e atuais, pratica e defende a forma mais delicada do atendimento aos clientes: paciência e humildade!

Para ele, com reverência e muita admiração, dedico as sábias palavras do inesquecível e saudoso Nelson Hungria, em “Comentários ao Código Penal”, vol. I, pág.100:

“A ciência que estuda, interpreta e sintetiza o direito processual não pode fazer-se cega à realidade, sob pena de degradar-se numa sucessão de fórmulas vazias, numa platitude obsedante de mapa mural de geometria. Ao invés de librar-se aos pináculos da dogmática deve vir para o chão do átrio, onde ecoa o rumor das ruas, o vozeio da multidão, o estrépito da vida, o fragor do mundo e o bramido da tragédia humana.”

EM SUMA o Dr. Israel Carone soube e sempre praticou, com notável sabedoria, a fórmula eficiente, necessária e imprescindível da Conciliação, que é o jeito mais puro, rápido, pacífico, econômico e eficaz de fazer justiça.

Aplicar o conceito de justiça, com método e indicação de alternativas para a solução amigável de conflitos, é o meio mais adequado de manter o equilíbrio emocional das partes, tornando-as amigas, apesar das divergências iniciais, superadas pela conciliação. Este riobranquense da zona da mata merece esta homenagem, essencialmente, itabiritense.

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