Mais do mesmo

12 de Agosto de 2015
Neto Medeiros

Neto Medeiros

Apesar da crise, estou aqui. Mais uma vez. Pra falar sobre as mesmas coisas. Dizer mais um monte de palavras já ditas. Fazer as mesmas reflexões. Compartilhar de novo, curtir de novo, postar de novo esse tanto de coisa para os mesmos 1000 e poucos amigos. Gritar no infinito pela limitação da rede. Ou imensidão. Essa rede presa na gente feita à prisão da vida. Vida cada vez mais fugaz. Tempo cada vez mais veloz...

Ao invés da discussão, nos trancamos cada vez mais nas nossas mesquinhas opiniões. Nossa conturbada ideia de mundo. Nossa cada vez mais confusa prioridade.

Queria um dia poder entender um monte de coisa. Principalmente o porquê de caminharmos tão paradoxalmente para a evolução e regressão ao mesmo tempo. O avanço tecnológico é inversamente proporcional ao abandono dos preconceitos. Impressiona como em uma época como essa, em que existem diversas outras ferramentas de conhecimento, comunicação e tecnologia, como o homem ainda consiga disseminar tanta porcaria, intolerância e falta de bom senso. Qualquer opinião contrária a mim merece meu ódio!

Essas discussões permeiam meu tino há um tempo e foram debatidas no programa Observatório da imprensa da última terça. Foi muito bom poder constatar que exista essa reflexão por quem pode reforçar ou não este estigma dos novos tempos: nós jornalistas.

Nunca fomos e jamais seremos donos da verdade, se é que ela exista em meio a esse caos de ideologias e falsos ídolos. Mas temos o dever de contribuir para a ampliação do debate, principalmente nos grandes meios de comunicação, como este jornal, a TV e o rádio. Infelizmente estes meios, ditos, tradicionais, contribuem para um debate cada vez mais polarizado, contradizendo a polifonia presente no cerne do jornalismo e principalmente nos dias atuais.

Tá ficando pesada a coluna né!? Mas é que não encontrei uma forma menos careta de falar sobre algo complexo, porém perceptivo. E impressiona como insistimos em continuar assim. Nesse eterno mais do mesmo. Ignorando a pluralidade e caminhando cada vez mais rápido pro abismo da estupidez. A estupidez humana e de todas as nações como um dia cantou o poeta Renato Russo.

Apesar da crise, continuamos a viver todas as sensações possíveis. Experimentar o vasto gosto da novidade. E voltar pro nosso cotidiano finito. O importante é tentar ser menos prepotente e mais tolerante. E se a monodia da contemporaneidade fosse o amor, seria muito melhor...

Destranque sua mente!

Antes nunca do que tarde. Mastro de uma só bandeira. Outra dor que nos arde. Raridade contida na brincadeira...

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