Ministro, “por qué no te callas?”

09 de Fevereiro de 2018
Jornal O Liberal

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A solução de um problema complexo está diretamente vinculada ao grau de humildade de quem tem responsabilidade para tal, crescendo as possibilidades de sucesso na mesma proporção daquela virtude. Da mesma forma, mais reduzem se as possibilidades quando se tenta mascarar incapacidade com tentativa de envolvimento de terceiros nas causas do fracasso. A ascensão da criminalidade e violência, no Brasil, vem se processando ao longo de sucessivos governos, cujas políticas sociais e de segurança deixaram de atacar as causas para se concentrar nos resultados, mediante paliativos com fins ideológico-eleitoreiros. Pouco ou nada tem sido feito para que a sociedade, como um todo, tenha condições de evoluir e de se desenvolver, em todos os campos, em ambiente de confiança e bem-estar. O Estado abdicou de suas responsabilidades, deixando que criminalidade e violência, sustentadas ou acobertadas pela corrupção desenfreada, mantenham como reféns populações inteiras de abandonados à própria sorte, enquanto governantes se refestelam nos gabinetes. Devido à falha do Estado, a situação é insustentável em todo o país, mas é no Rio de Janeiro que a bandidagem tem menos medo de mostrar a cara, mesmo nos palácios, tal o grau de tolerância ao crime ali instalado. Há quem diga, não poucos, que grande parte do que sofrem as populações nas mãos dos bandidos nem chega ao conhecimento da imprensa, devido ao medo nelas incutido por seus dominadores. Portanto, é inaceitável e revoltante que o senhor ministro da Defesa critique, em público, o trabalho da imprensa na divulgação do que ocorre no Rio. Por trás do “certo masoquismo por parte da imprensa em destacar a violência”, dito pelo ministro, talvez esteja escondido certo sadismo por parte das autoridades, que mantêm a situação de descalabro sem qualquer solução. Em respeito aos abandonados pelo Estado, que se calam sobre seu sofrimento, e, lembrando reação do rei Juan Carlos, da Espanha, diante de um falastrão ditador venezuelano: ministro, “POR QUÉ NO TE CALLAS?”

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