Nova roupagem política para o Brasil

01 de Julho de 2016
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Sob o ponto de vista político, o Brasil virou mesmo de cabeça para baixo, só restando à sociedade rezar a Deus e mostrar por todos os meios viáveis e legais, que não concorda com a sujeira que se levanta por meio das ações do Ministério Público e da Polícia Federal, e que apoia o trabalho da Justiça no julgamento e condenação dos criminosos, sem se importar com seus respectivos “pedigrees”.

Como dito na edição passada, a quadrilha político-empresarial faz de tudo para reverter a situação, sem qualquer escrúpulo, na maior caradura, própria dos insensatos e despudorados. A inversão de valores, há muito denunciada dentro da sociedade, tenta prevalecer e enganar até mesmo junto aos altos escalões do Ministério Público e da Justiça. Dentro da sociedade, a envolver cidadãos comuns, muitos exemplos há.

Há pouco tempo, creio que na região da Grande BH, pequeno comerciante, ao ser vítima do décimo assalto, sem que qualquer solução fosse dada aos crimes anteriores, atracou-se com o bandido e com a ajuda de clientes presentes no estabelecimento, deu-lhe boa surra, antes de amarrá-lo e entrega-lo à polícia. O ladrão foi conduzido a hospital, para pensar os ferimentos, e de lá foi recolhido ao xadrez. Algum tempo depois, a vítima recebeu intimação para comparecer em Juízo, onde havia uma representação contra si. Por incrível que pareça, era o assaltante frustrado a reclamar contra a surra, maus tratos e humilhações, para os quais pedia indenização por danos morais. Ao contrário de alguns outros casos, infelizmente caídos em mãos de juiz vendido à criminalidade, aquele não obteve sucesso e o bandido continuou na cadeia.

Pois bem, no topo da escala social, de forma não igual, porém semelhante, o fato se repete. O Petralha I, ex-presidente da República, faz representação na Procuradoria Geral da República contra o juiz que julga os processos oriundos da operação Lava Jato, por tê-lo conduzido, sob coerção, para prestar depoimento. Se não se julga Deus, como deixa, às vezes, transparecer, ele raciocina (?) como se ainda presidente fosse e não cidadão comum como, de fato, é. Prerrogativas de presidente, ele as teve no seu devido tempo, mas agora sua voz deve soar mais baixo que a do juiz, ao qual cabe ouvir, estudar, analisar, julgar, absolver ou condenar qualquer cidadão, eventualmente, sob suspeita de desrespeito à lei. Ter sido presidente da República não lhe dá direito de ser tratado com privilégios no âmbito da Justiça! A Lei é igual para todos!

Mas, no Brasil, apesar da onda avassaladora contra a corrupção instalada no poder, há quem pense ou faça tudo para que não passe de “fogo de palha” o despertar da sociedade para a possibilidade de um país, no qual prevaleçam a lei e a ordem. Por isso, mais do que prender, julgar e condenar (incluindo-se devolução dos recursos públicos desviados) há que demolir todo o sistema político-eleitoral, substituindo-o por outro mais coerente com o atual conceito de democracia participativa, a evoluir, em seguida, para a democracia, se não direta, pelo menos semidireta. Se mantido todo esse aparato político contaminado pela corrupção, de nada adiantará o trabalho do legítimo estado legal, pró-saneamento moral de sua estrutura. Será como enxugar gelo; recolhidos à cadeia terão sucessores para continuar a obra do crime!

Que as de outubro próximo sejam as últimas eleições pelo atual sistema, infelizmente ainda a ser tolerado por ser insuficiente o tempo para a introdução de outro mais democrático. No município de Ouro Preto, por exemplo, estagnação e retrocesso, caraterísticas das últimas administrações, poderão continuar por mais quatro anos; previsão que se faz com base no que se observa no período pré-eleitoral. Nada de novo se produziu no campo político, que faça a população dar alento às suas expectativas com relação ao desenvolvimento e solução de problemas, que se procrastinam indefinidamente. Há muito, o município de Ouro Preto se cobre de uma roupagem política ensebada, esfarrapada e pontuada de remendos, sem qualquer previsão de algo melhor.

Qualquer facção que sobe ao poder é quase cópia da mais forte concorrente. Considere-se, como base do aqui dito, o aglomerado de partidos em torno de pré-candidato a prefeito, recentemente divulgado pela imprensa. São cobras e lagartos a se lamber, mutuamente, dentro do mesmo cesto, enquanto não se consegue o almejado. Se o grupo chegar ao poder, as lambidas se converterão em dentadas; a presa será pequena demais para saciar tantos famintos.

Que venha sistema mais democrático porque PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!

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