Novas miçangas e novos escravos

23 de Março de 2018
Jornal O Liberal

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Provérbio português diz “não há nada novo sob o sol”, o que pode significar também “a história se repete”, para dizer que, de uma certa forma, o pensamento humano por trás das ações continua o mesmo ao longo do tempo. Em pontos, sempre mais altos e equivalentes da espiral histórica, fatos se repetem, variando-se as circunstâncias, porém a visar objetivos semelhantes. Sabe-se da forma como agentes do tráfico humano seduziam suas vítimas, entre os menos espertos, para vendê-las como escravas no Brasil. Eram atraídas com miçangas, ou algo colorido e brilhante com pequeno ou nenhum valor, assim como hoje, os ditos civilizados caem como patinhos diante da lábia de ladinos, de todos os tipos, incluindo-se políticos. Diz-se isso dos menos espertos, porque havia os que, primeiro, pensavam e desconfiavam dos modos e fala dos cara-pálidas; por isso esses não foram “embarcados” para o Brasil! Os tempos são outros, muita coisa mudou, mas a sede de domínio sobre o outro continua, se este não sabe pensar e se deixa envolver por qualquer conversa e proposta, supostamente inofensiva e, às vezes, do mesmo modo, dita vantajosa. Por um ou dois dólares oferecidos, milhões baixaram um aplicativo de uma rede social, para a realização de um suposto teste de personalidade. A princípio, o aplicativo seria destinado a somente norte-americanos, mas acabou sendo levado ao resto mundo. Descobriu-se, agora, que tal aplicativo era uma “isca” para colher dados dos usuários e respectivos círculos sociais, com fins à campanha eleitoral do atual presidente dos Estados Unidos. Quem curte bobeiras, se seduz por qualquer aplicativo, responde a todas pesquisas; pode estar em vias de ser “embarcado” com destino não previsto e não desejável. Serão os “escravos” do século XXI.

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