Novidade de Ano Novo

06 de Janeiro de 2017
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Ano novo, vida nova! É o que se diz a cada reinício do calendário, na contagem do tempo, ainda que o modo de vida continue o mesmo, cada qual a prometer mudanças de rumo, sem que nada se altere com relação à maioria das promessas feitas. Desde quando o individuo tem sobre si as responsabilidades da própria vida, ainda que não as assuma, o ano começa com obrigações e mais obrigações financeiras e, se perdulário é no fim do ano, pode ter, ao mesmo tempo, a “corda no pescoço”. Fim de ano não quer dizer fim do mundo, mas é como se assim fosse que grande parte se comporta na gastança, para promover a comilança. Seria como a última festa do mundo! Não é, e, a vida cobra pela imprevisibilidade ou irresponsabilidade, no mês seguinte! Mas, não é este o rumo deste texto, o primeiro do ano. Tem apenas a função de fazer pegar no tranco, um papo menos ácido.

Trata-se de comentar acerca de novidades anunciadas, melhor no singular, porque aponto uma das mais interessantes entre as que me chegaram, no fim do ano. Todo mundo sabe como angustiante é a falta de luz repentina, quando se está com os olhos grudados na TV, a saborear a melhor cena do filme (ou qualquer outra coisa, conforme o gosto) ou a passear pela internet, diante do PC. É uma baita frustração proporcionada por uma das poderosas distribuidoras energéticas, cada qual a imperar numa região do país.

Depois do palavrão gritado (quem gosta) ou qualquer outra expressão ou interjeição de desgosto, a primeira reação é sair em busca, não da rudimentar pedra (já saímos da idade dela), porém da mais prática fonte de fogo: o fósforo. Aí a coisa se complica, porque sem olhos de coruja ou de gato, para enxergar no escuro, sem o radar do morcego, para evitar colisões, o resultado é uma sucessão de encontrões, batidas e tropeções (e mais xingatório) até que aconteça o fiat lux mediante riscar do fósforo!

Aqui, sem ver, mesmo não estando no escuro, imagino o que já pensa algum zé mané, pronto para contestar qualquer coisa: -esse cara se esquece de que, hoje, existe o smartphone a nos servir como lanterna. E eu o repilo: -sim, ó cara-pálida, mas há os que não têm essa coisa, e daí? E se você, eventualmente, na hora do apagão, tiver seu complemento corporal longe de si? Você se vê, de repente, entre os sem-celular, portanto, no mato sem cachorro, também! Vai, besta, buscar seu smartphone!

Pronto! Depois de tanto trololó e mais esse fanzoca do smartphone a azucrinar com seu palpite não solicitado, já estava a me esquecer do que ia dizer com relação à novidade captada!

Ah! se tudo correr bem para pesquisadores, na Universidade Nacional Australiana, essa questão da visão no escuro estará solucionada. E lá vem outro intrometido: -isso já existe; esses caras querem inventar a roda? – E eu lhe dou um chega pra lá: -Não é só você que sabe disso; qualquer um já pode ter visto no cinema, na televisão e na internet, aqueles óculos usados por militares e pela polícia, para localizar o inimigo ou o bandido, em meio à escuridão- Acontece que o equipamento é um bocado complexo, parece que também um tanto pesado. Já não é tão caro, podendo ser adquirido pela internet, para caça (e o IBAMA deixa?) e pesca, por exemplo. Esses já conhecidos são enormes, requerem lentes múltiplas e funcionam com bateria. Na verdade, o mais simples é um trambolho!

A julgar pelas informações, os que os pesquisadores desenvolvem na Austrália remeterão os atuais para o museu e se colocarão mais disponíveis, no mercado.

Os pesquisadores criaram um tipo de nanocristal (nano quer dizer, reduzidíssimo, microscópico) que, adicionado em fina camada sobre as lentes dos óculos (comuns ou de grau), permitirá a visão noturna, tal qual a proporcionada pelo equipamento atual. Ao contrário do que, comumente, se pensa, não existe escuridão absoluta, tanto assim que muitos animais circulam e caçam no escuro, assim como humanos exercem suas atividades sob a luz, natural ou artificial. Mas se humanos não têm essas propriedades reservadas a animais, em compensação são dotados de inteligência capaz de encontrar soluções para cobrir carências frente àqueles. Os óculos de visão noturna, já conhecidos, convertem a luz não visível ao olho humano (raios infravermelho e ultravioleta) mediante combinação de óptica e eletrônica, daí a necessidade de energia elétrica. Quanto aos novos óculos, ainda sob pesquisa, farão a mesma coisa, porém de forma mais simples e direta, sem necessidade da eletricidade. –Bah! E se não uso óculos? – Ataca outro zé mané. – Vá de smartphone, ora bolas! – respondo e encerro o papo.

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