O coreto é nosso e ninguém tasca!

30 de Setembro de 2013

Jornal O Liberal

Palpite infeliz, se iniciativa pessoal, talvez a visar notoriedade; mais infeliz e fora de propósito, se cogitação do órgão, dito responsável pela preservação do patrimônio artístico e histórico nacional. É a conclusão de quem ouviu da fonte e dos que souberam ao zanzar do falatório de rua. Assim como em relação ao relógio da torre da igreja-matriz, cuja retirada se cogitou, há tempos, com argumentação de que conflitava com o estilo do monumento, voz se levanta, agora, contra a existência do coreto. A argumentação é de que oblitera a visão sobre a igreja. Argumentação falsa, pois, na posição em que foi edificado, não esconde a frente da igreja e nem sua lateral. E ainda que escondesse, parcialmente, a igreja-matriz, ninguém está acima da consciência da população local, que elege o coreto como parte de sua identidade cultural. Para os que não sabem, o coreto se constitui em curiosidade, possivelmente o único de natureza privada (por isso, ainda de pé) no Brasil. Mas, isso não impedirá levante dos cachoeirenses contra quem queira derrubá-lo. Que deixem o coreto em paz e cuidem da visão sobre o Museu da Inconfidência, no distrito sede, escondido por sucessivas armações de monstrengos metálicos; talvez mais do que à vista do público, durante todo o ano.