O exemplo de Ouro Preto

26 de Março de 2012
Jornal O Liberal

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Paulo Felipe Noronha

Para quem acompanhou recentemente, via noticiários televisionados, a situação do Rio Grande do Sul, onde surgiu o governador Tarso Genro (PT) dando desculpas para a não aplicação do piso, justo ele que acompanhou de perto a concepção e as tentativas de implementação do piso nacional para os professores, sabe que essa demanda da classe é justíssima. Ainda que a valorização do professor não seja o único fator preponderante na “formação de uma nação”, como muito bem observado pelo vice-prefeito de Ouro Preto, Dr. Dimas (PR), em recente entrevista, é fato que a classe é extremamente desvalorizada.

Mais aviltante que ver o pouco caso de Anastasia (PSDB), governador de Minas, em relação aos docentes, é quando uma figura com trânsito e ideologias próximas as do governo federal, Tarso Genro, usa a típica desculpa de que “é impossível, dado o nível de gastos de seu estado, contemplar os professores com o piso”. Mas não tem dinheiro por qual razão tchê!? Respondo: não tem dinheiro por que o recurso público é mal administrado. Não há outra razão! Onde o dinheiro público é bem gerido e as prioridades são visualizadas com clareza, certamente não faltará nem recursos, nem boa vontade para catapultar os setores educacionais e de saúde, que junto com a segurança pública, sustentam a perspectiva de futuro dum país. Sem esses três setores saudáveis, não tem PAC, não tem crescimento econômico e não tem desenvolvimento que ocorra de modo sustentável e real.

Por isso, o exemplo de Ouro Preto, que após negociações com a classe, alcançou esse piso nacional, é digno de todos os louros. Os professores agora têm um rendimento que certamente, não é digno frente à profissão que desempenham, mas que ao menos “amplia seus horizontes”, nas palavras do prefeito Angelo Oswaldo (PMDB). Esse horizonte antes era tão estreito, pois o servidor da educação era vítima de políticas torpes, do abandono nas várias instâncias governamentais. E esse é um sinal de mudança. Tal aplicação do recurso público também é reflexo da saúde financeira de Ouro Preto, que tem no seu Secretário de Fazenda, Huaman Xavier, uma postura liderante, focada na responsabilidade fiscal, legal, e agora evidente, também moral.

Que o exemplo de Ouro Preto se estenda a todas as cidades e estados brasileiros, que ainda não tiveram a capacidade de organizar seus recursos, em torno desse objetivo primário.

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