O menor e o maior livro do mundo

19 de Agosto de 2015
João de Carvalho

João de Carvalho

OS MAIS IMPORTANTES livros da literatura universal imortalizaram o país de sua procedência. Assim, a Grécia louva o poeta Homero pelos poemas “Odisseia e Ilíada”; a Espanha encantou o mundo com “Dom Quixote de la Mancha”; a Inglaterra com a obra de Milton, intitulada “O Paraíso Perdido”. Portugal festeja “Os Lusíadas” de Camões; a Alemanha prestigia “O Fausto” de Goethe. A Itália imortalizou “A Divina Comédia” de Dante Alighieri. A Rússia celebra “Guerra e Paz” de Tolstói. A França é enaltecida pelos “Miseráveis” de Victor Hugo. O mundo religioso se ufana com a “Bíblia Sagrada”. O Livro, escreveu Jorge Luiz Borges, é uma extensão da memória e da imaginação.

“O MENOR livro do mundo mede apenas 2,4mm x 2,9mm. Suas 32 páginas contêm impressões gráficas das “Cartas” de Joshua Reichert. O maior mede 1,70m de comprimento por 1,15m de largura. Pesa cerca de 80kg e está guardado no Museu britânico. É um atlas universal, que pertenceu a Carlos II, rei da Inglaterra”, informa-nos a folhinha de Mariana de 22.04.2014, destacando o dia mundial do livro. Hoje, a matéria que mais ocupa espaço em livros é o referente a tributos. Haja à vista que o brasileiro tem de trabalhar 150 dias do ano somente para pagar impostos. O Brasil é o campeão dos países que compõem os BRICs sendo o de maior carga tributária. Levando isso em consideração, um estudioso e competente advogado compilou, minuciosamente, todos os bens de referência tributária, em um livro que mostra bem a situação. Senão, observe: “A cada dia útil são editadas no Brasil quarenta e seis normas tributárias nos três níveis de administração, sendo os municípios responsáveis por quase 60% desse volume. Por ano, portanto, pessoas e empresas passam a conviver com 12 mil novas leis sobre impostos, segundo estudo anual do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Grande parte dessa regulamentação, contudo, acaba sendo revogada ao longo do tempo. Das 291 mil normas tributárias editadas no país desde a Constituição Federal de 1988, apenas 7,5% ainda estavam em vigor em 2012. Essa complexa e extensa legislação que faz do Brasil o campeão mundial em burocracia tributária será reunida em um livro gigante pelo advogado mineiro Vinícios Leoncio. A publicação terá o peso de um elefante: 7,2 toneladas. Serão 43,2 mil páginas de 1,4 por 2,2 metros. E uma lombada de 2,5 metros” (Jornal do Advogado pg.20, fev/mar, 2014).

EM SUMA, o gigantesco livro está sendo levado por carreta, tendo como finalidade principal, com justiça, despertar a atenção de todos os brasileiros para uma reflexão sobre a pesada carga tributária, criada, durante anos, pelos nossos legisladores Federais, Estaduais e Municipais. Uma caravana de prefeitos foi a Brasília protestar contra a escorchante carga tributária, que sufoca as Prefeituras, assim como, à cada pessoa contribuinte do bolo monetário público. Esta extorsão tem retorno ínfimo para o bem comum. Estradas, segurança e saúde padecem com a falta de retorno da imposição arrecadadora. É preciso, é urgente, é imprescindível uma reforma tributária nacional. Se o cidadão paga tributos tem de exigir contraprestação do Governo em obras e serviços.

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