O meu, o seu, o deles e o nosso dindin

11 de Maio de 2018
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Quem não gosta de dinheiro? Só mesmo louco, dos que rasgam notas de cem, para responder negativamente a essa pergunta; mesmo assim, também ele deve gostar, nem que seja para rasgar!

Dinheiro, essa coisa mágica, referenciada na linguagem sob os mais diversos e estranhos nomes tais como “algum, arame, bagaço, bagalhoça, bagarote, bago, baguines, bagulho, bala, barro, bazaruco, bilhestre, bilhestro, bolada bolsa, bomba, boró, borós, broça, brocha, bufunfa cabedal, cacau, calique, cantante, capim, capital, caraminguá, carcanhóis, caroço, cascalho, cédula, changa, chapa, chavo, chelpa, cheta, china, chinfre, cobre, cobres, cominho, conques, contado, coscorrinho, coscos, cunfres, cunques, cuprém, dindin, erva, estilha, falépia, felpa, ferros, fundos, gadé, gaita, gás, gimbo, grana, guines, guino, guita, jabaculê, jibungo, jimbo, jimbongo, jimbra, joão-da-cruz, lã, legume, lençol, luz, maco, maquia, marcaureles, marco, massa, metal, milho, moeda, mosca, mufunfa, música, narta, níquel, nota, numerário, numo, óleo, ouro, pacotes, pápula, parnau, parné, parneque, parni, parrolo, pasta, pataca, pataco, patacos, pecúnia, pecuniária, pelga, penique, pila, pilcha, pilim, pilimpilim, prata, quido, roço, sapécoas, tacho, taco, teca, tostão, trocado tubos, tuncum, tusta, tusto, tutu, unto, vento, verba, vintém, zergulho e zinco” compra quase tudo, até a consciência dos inescrupulosos. Dizem que dinheiro não compra saúde, mas com ele pode-se bem melhorar a qualidade de vida e, por extensão, a saúde.

Pode-se viver sem dinheiro? Até que pode, como eremita, isolado, longe do convívio social, provendo ele (ou ela) próprio sua subsistência. Entretanto, dentro da sociedade humana, isso é, praticamente, impossível; nem que seja por meio da mendicância, o indivíduo tem que obter algum dinheiro para sobreviver. Ele não necessita de muito, mas o suficiente para as necessidades básicas ou primárias: alimentação e abrigo, conseguidos pelo eremita. Indagarão: - e roupas? Roupa não é necessidade primária, porém secundária, cujo uso é convencionado pela sociedade. Convencionou-se que ninguém pode viver peladão (ou peladona), no mundo civilizado e pronto!

Aí começa a via crucis do ser humano para sobreviver, porque a partir daí, decidiu-se que não basta cobrir o corpo, mas envolvê-lo de forma elegante, para se sobressair entre seus iguais. Surgiu então a moda, outra necessidade, não secundária, mas, terciária. A mesma situação se repete com relação às demais necessidades humanas; uma necessidade puxa outra. Vê-se, então, que o uso do dinheiro cresce em razão das necessidades criadas. Ao se contentar com pouco, em termos materiais, de pouco ou de nenhum dinheiro, ele precisará. Mas a vida dá ao indivíduo o direito de escolha, para mais ou para menos, prevalecendo a primeira opção por ser a busca do melhor a meta comum da espécie. Às necessidades básicas, ele acrescenta as secundárias e derivativas destas, quando busca educação/conhecimento, saúde, conforto e entretenimento. O dinheiro é o meio pelo qual se atendem todas as necessidades selecionadas, e para obtê-lo, contribui-se para que terceiros também tenham suas necessidades atendidas. É por meio dessa permuta que, cada qual, procura alcançar sua meta.

Sob o ponto de vista moral, o dinheiro não representa o bem e nem o mal sendo neutra sua natureza, em contraponto ao que é dentro da economia; o mais perfeito bem econômico, que Deus permitiu ao Homem criar! Com ele pode-se comprar quase tudo! Cabe aqui uma explicação pela colocação de Deus, na assertiva. Infelizmente, por ignorância ou aprendizado de conceitos errôneos antigos, transmitidos de geração em geração, condena-se o dinheiro como coisa má, coisa maldita, obra do diabo. Curiosamente, esse comportamento é observado, com mais frequência entre pessoas, justamente, as mais carentes de dinheiro. Depois do mau uso, esse é o maior erro humano com relação ao dinheiro. Ao contrário, ele representa trabalho e, como tal, merece e deve ser tratado com respeito. Quem maldiz o dinheiro não valoriza o próprio trabalho! Se mal adquirido ou mal usado por alguns, isso não anula sua qualidade primeira, que é sempre a valorização do trabalho. A má aquisição e má utilização devem ser debitadas ao agente humano que as pratica ou promove, mas nunca ao dinheiro em si. Seguindo o mesmo princípio, pobreza não é virtude e nem riqueza é crime ou pecado. O que se condena é o mau uso da condição de pobre ou de rico.

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