O mundo não acabou. Será?

25 de Dezembro de 2012
Valdete Braga

Valdete Braga

Lá se vai 2012 e o mundo não acabou. Será? Acabou sim. Acabou para anônimos e celebridades. Acabou para os pais de alguém, para os filhos de alguém, amigos, vizinhos... acabou para Hebe Camargo, Chico Anísio, Oscar Niemayer... que também tinham parentes, amigos, vizinhos...

A cada dia o ano começa e acaba para alguém. Todos os anos, como a vida, são passageiros. E nós, ignorantes mortais, ficamos aqui valorizando bobagens, brigando por besteiras, nos desgastando pelo que não vale a pena.

Nós queremos mais dinheiro, bens materiais, poder... e não nos damos conta de que o mundo pode acabar na semana que vem. Ou amanhã. Ou daqui há cinco minutos. Quem garante que vou terminar de escrever esta crônica? Quem garante que no meio de uma palavra eu não vou ter um ataque cardíaco e cair durinha? Basta um segundo para o meu mundo acabar. Ou o seu. Ou o de seus parentes e amigos. Ou das celebridades.

Por que então continuamos insistindo em viver como se fôssemos eternos? Como se quanto mais dinheiro ganharmos melhor, quanto mais poder tivermos melhor? Por que insistimos em viver como se fôssemos usufruir de bens materiais para sempre?

Ambição, na medida certa, é saudável. É bom trabalhar para termos uma casa boa e acolhedora ou um carro novo. É bom lutar para termos dinheiro suficiente para uma viagem, uma roupa ou sapato que nos agrade, comprar presentes para amigos... É bom também termos poder para fazer o bem com ele: empregar pessoas, ajudar carentes... é bom e é salutar.

Dinheiro, poder e ambição não são ruins. Ruim é fazer mau uso deles. O negativo não está no fato em si, mas no que os homens são capazes de fazer para se tornarem ricos, famosos ou poderosos.

O mundo de todos nós vai acabar um dia e este dia chega em um piscar de olhos. Cabe a cada um viver de forma a que quando ele chegar, esteja pronto.

Claro, ninguém é perfeito. A gente erra, e como erra! Mas sempre há tempo de consertar. Voltar atrás, se desculpar, voltar-se para o bem. Ainda que dali a pouco voltemos a errar, faz parte da natureza humana.

Também faz parte da natureza humana querer crescer, melhorar, ter uma vida confortável. Os que entendem a ambição positiva lutam por isso com dignidade e respeito ao próximo, outros preferem recorrer a meios ilícitos. Em ambas as situações, alguns conseguem, outros não. Uma coisa é certa: o fim do mundo vai chegar para todos. Aí é que vem a verdadeira questão: acabado este mundo, cada um colherá no próximo o que plantou aqui. Para onde será que cada um irá?

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