O patrimônio de Ouro Preto é maior que o nosso conjunto arquitetônico

09 de Setembro de 2014
Jornal O Liberal

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*Paulo Carvalho

Ouro Preto possui o maior conjunto barroco do Brasil. Há mais de três décadas, nós conquistamos o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. O nosso acervo arquitetônico atrai turistas brasileiros e de todo o mundo. Porém, o nosso patrimônio cultural e ambiental têm o mesmo status? Não. O reconhecimento dos nossos valores imateriais e naturais está diretamente relacionado com a construção da nossa autoestima, da nossa cidadania. Constituindo-se, assim, em fonte de renda renovável e sustentável, incrementando ainda mais o nosso turismo, dando novos ares à nossa economia.

Entretanto, infelizmente, o reconhecimento se restringe às obras arquitetônicas. E, por vezes, em virtude de análises apressadas, o nosso título de Patrimônio Mundial da Humanidade é ameaçado. Ora, muito me constrangi quando leio que o entorno do nosso sítio histórico está ocupado por favelas. Isto é um grande equívoco. Um desrespeito. As comunidades de São Cristóvão, Padre Faria, Alto da Cruz, Morro Santana, Morro São João, Piedade e Santa Cruz fazem parte do caminho da mineração, de onde se extraiu o ouro. Esses espaços urbanos, no passado, foram determinantes para a construção da riqueza de Ouro Preto. E precisam ser valorizados como história, cultura e atração turística.

As minas abandonadas no final do período aurífero são ruínas. E a ruína é um revolvimento do passado. Ela possui o poder de voltar às origens em busca de um tempo ideal. É um sentimento. Não há ruína sem o credo que existiu o dia do início de tudo. Os bairros no entorno do nosso sítio histórico possuem inúmeras minas. São sítios ruinosos. Esses territórios ancestrais da nossa urbanidade, também, pertencem ao nosso passado. Prezado leitor, só é nosso o que a memória conserva.

As eleições se aproximam. E devemos optar por candidatos comprometidos com a história de Ouro Preto, com suas manifestações culturais ancestrais e contemporâneas. Só assim promoveremos o reconhecimento e a inserção definitiva do entorno do sítio tombado como patrimônio histórico, cultural e, também, arquitetônico. A candidatura a deputado federal do advogado e empresário Gleiser Boroni contempla, inequivocamente, todas as questões levantadas aqui.

Acompanho a trajetória política do ouro-pretano Gleiser Boroni. Em quase duas décadas de vida pública, ele sempre dedicou atenção especial à nossa história, às nossas manifestações culturais e o pleno desenvolvimento do nosso turismo. Eleito, em Brasília, com certeza vai atuar em favor do reconhecimento do valor histórico do nosso caminho da mineração. Por isso, é importante votarmos juntos em quem conhece e reconhece a intimidade do nosso passado para além da exuberância do casario.

Prezado leitor, como já afirmei acima, só é nosso o que a memória conserva. Gleiser Boroni está pronto para conservar e conversar com a nossa memória.

*Paulo Carvalho é Publicitário, Cientista Social e Mestre em Literatura Brasileira.

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