O sinal de Jonas

01 de Julho de 2016
Geraldo Gomes

Geraldo Gomes

Durante a vida pública do Senhor Jesus muitos sinais Ele realizara para servir de provas de sua origem divina, para todos que O assistiam. Por esta razão, Ele transformou água em vinho nas bodas de Caná da Galileia em seu primeiro milagre público, curou muitos doentes cegos, aleijados e de outros males, multiplicou cinco pães e dois peixes de forma a alimentar uma grande multidão, andou sobre as águas revoltosas do mar de Tiberíades, ressuscitou mortos e expulsou espíritos imundos de diversos possessos.

Além de todos os sinais que fazia, Jesus também ensinava sobre o Reino de Deus e a vida vindoura após a morte do corpo. Declarara efusivamente que viera para salvar o perdido em seus pecados e que sua vida seria dada para resgate de todos aqueles que n'Ele cressem. Sua mensagem de salvação tornou-se conhecida em toda terra de Israel, chegando à Judeia, aos ouvidos de Nicodemos, membro do Sinédrio e um dos principais dos judeus. Este fora ter com Jesus, à noite para não ser visto, e lhe disse: Mestre, sabemos que és vindo de Deus pois ninguém pode fazer os sinais que tu fazes se Deus não estiver com ele. Jesus, respondendo a Nicodemos declarou: tudo isto está acontecendo porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Não O enviou com juiz , mas como Salvador de todos que nele crê, ressaltou (Jo3:16).

Havia em Jerusalém duas classes de religiosos que contendiam sempre com Jesus: os escribas e os fariseus. Estavam sempre à espreita do Mestre em suas reuniões públicas, procurando encontrar motivos para com Ele polemizar. Foi em uma dessas oportunidades que alguns escribas interromperam Jesus, dizendo: Mestre, gostaríamos de ver de tua parte algum sinal. Porém, o Senhor conhecendo-lhes o propósito respondeu: uma geração má e adúltera pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o do profeta Jonas. Porque assim como Jonas esteve três dias três noites no ventre do grande peixe, o Filho do homem estará três dias e três noites no coração da terra. Com estas palavras estava Jesus profetizando sobre o período de tempo que passaria na sepultura, entre o seu sepultamento e a sua ressurreição: 72 horas, que equivalem a três dias e três noites.

O cristão que acredita que Jesus morreu em uma sexta-feira à tarde e ressuscitou ao raiar do domingo subsequente fica com sérias complicações em seu raciocínio, na tentativa de conciliar sua forma de crer com essa profecia de Jesus. Como podem ter transcorridos três dias e três noites entre sexta-feira à tarde e a madrugada de domingo?

Ao se fazer uma acurada exegese bíblica do episódio da crucificação de Cristo, observa-se que nos evangelhos nunca é informado que isto acontecera em uma sexta-feira. O nome deste dia da semana não ocorre em nenhum versículo bíblico. Aconteceu na véspera de um sábado, é verdade, mas não de um sábado qualquer. Relata o Evangelho de João que era grande aquele dia de sábado (Jo19:31). Da mesma forma, nos evangelhos não há citações que indicam testemunho ocular que comprove a ressurreição de Cristo no domingo, o primeiro dia da semana. Marcos escreveu em seu evangelho que quando Maria Madalena e Salomé, muito cedo chegaram ao sepulcro, ainda no raiar do primeiro dia da semana, foram avisadas por um anjo de que Jesus não estava mais ali, pois já havia ressuscitado (Mc16:6). Ninguém viu o momento e o evento da ressurreição. A comprovação de que isto acontecera se deu quando o Senhor apareceu aos irmãos, estando estes reunidos em oração, pouco tempo depois, e, mostrou-lhes os sinais dos cravos em suas mãos.

Para que se esclareça que não há nenhuma controvérsia entre a profecia de Jesus sobre a sua estada no seio da terra, e, o fato de Ele ter sido crucificado na véspera de um sábado, é necessário estar informado de que naquele contexto de vida judaica, o povo comemorava três tipos de sábados: o sábado ordinário, o último dia da semana, como até hoje é comemorado em todo mundo; o grande sábado, que era um dia do Ano Sabático comemorado a cada sete anos, (neste ano os judeus não plantavam na mesma terra, deixavam a gleba descansar); e, outro tipo de grande sábado, comemorado em um dia do Ano do Jubileu, a cada sete semanas de sete anos. Estes sábados, ou seja, o sábado do ano sabático e o do ano do jubileu, poderiam cair em qualquer dia da semana, para efeitos comemorativos. Eram denominados, pelo costume da época de Grandes Sábados.

Para que Jesus tenha ficado três dias e três noites no seio da terra, como Ele profetizou, fica bastante evidente, até matematicamente, que Ele foi crucificado em uma quarta feira (véspera de um grande sábado, que seria comemorado na quinta feira, de um ano sabático) e enterrado no mesmo dia, no final da tarde. Ficou no sepulcro durante as noites de quarta, quinta e sexta-feira, e também os dias de quinta, sexta-feira e o de sábado, perfazendo as 72 horas. Esta exegese dos evangelhos leva o leitor da Sagradas Escrituras a concluir que a ressurreição de Cristo ocorreu no final do dia do sábado, último dia da semana. Esta é a razão porque Ele não estava mais no sepulcro quando Maria Madalena e Salomé lá chegaram. Ele já havia ressuscitado!... Jesus ressuscitou e é único que pode ouvir as orações de quem deseja achegar-se a Deus. Pois é o único que está vivo à direita do Pai. Ele é o único mediador entre Deus e os homens (I Tm2:5). Fora d'Ele não há salvação. Pois só Jesus é Deus Salvador, e, só Ele deu a vida por todos. Crer em Cristo é, antes de tudo, uma demonstração de sabedoria e de bom senso. Vale a pena pensar a respeito...

Jesus é o único que pode satisfazer os anseios do ser humano, aqui na terra e na vida vindoura!

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